Com investimento de 9,3 bilhões de libras, Londres constrói seu Parque Olímpico para os jogos do ano que vem com a promessa de serem os mais sustentáveis da história. Cinco anos antes de sediar as Olimpíadas, o Rio de Janeiro tem, na experiência britânica, uma boa inspiração para seu planejamento
Marina Franco - Edição: Mônica NunesPlaneta Sustentável - 25/02/2011
Espera-se que milhares torcedores desembarquem no Rio de Janeiro em agosto de 2016 para assistir a maior festa mundial dos esportes. Outros bilhões estarão em suas casas, nos quatro cantos do mundo, de olhos atentos às Olimpíadas. Eventos assim, de grande visibilidade, têm a chance de chamar a atenção dos espectadores para outras questões - que não apenas o esporte. E por que não a sustentabilidade? A cinco anos da competição, a cidade do Rio de Janeiro, por meio do trabalho do Comitê de Organização das Olimpíadas, está em fase de planejamento para as obras do que será o seu Parque Olímpico. É a hora certa para receber boas inspirações.
A referência mais significativa no momento pode ser a preparação de Londres, na Inglaterra, para os jogos que serão realizados no ano que vem. O Parque Olímpico construído em Stratford, ao leste da metrópole inglesa, está prestes a ser concluído. Em junho, devem acabar as obras do seu Parque Aquático. E a preocupação quanto ao impacto que suas construções causarão ao meio ambiente é o fator mais importante que a experiência londrina tem para ensinar. Desde a sua candidatura, foi traçada uma meta ambiciosa - no melhor sentido: ser a sede para os Jogos Olímpicos mais sustentáveis já realizados na história.
Assim que Londres foi eleita sede dos Jogos Olímpicos, em 2005, a ODA – Autoridade Olímpica Britânica começou a estudar materiais, estruturas e processos de reciclagem. “A lição número um é planejar. A segunda e terceira também”, afirmou Dan Epstein, diretor da ODA, que esteve no Brasil na semana passada para a exibição, à imprensa e convidados, do documentário Gooing for Green - Britain's 2012 Dream (assista a um trecho no final deste texto), que mostra o processo de construção do complexo esportivo. “Passamos um ano olhando para as melhores práticas sustentáveis do mundo e para os estudos de impacto social e econômico. Depois disso, traçamos estratégias”, contou. O objetivo de tanto planejamento foi a decisão de que o legado deixado a Londres não fosse apenas para o mundo dos esportes, mas também para os negócios, o urbanismo, a arquitetura e o meio ambiente. A antiga zona industrial da cidade deveria ser revitalizada e a população local teria benefícios reais.
Na prática, isso significou decisões - à primeira vista – muito ambiciosas, mas que provam que boas práticas ambientais ultrapassam a magnitude das construções. Um exemplo é que, para construir o Parque Olímpico em área 2,5 quilômetros quadrados, o equivalente ao Hyde Park, da mesma cidade, a ODA objetivou reaproveitar 80% dos materiais que precisou demolir. O documentário mostra que o resultado superou o esperado: 97% de todo o entulho de construção foi reutilizado ou reciclado. Isso evitou o transporte de enorme quantidade de lixo para aterros sanitários, além do envio de materiais de construção para o local. As viagens de trabalhadores e outros materiais necessários foram feitas por ferrovias ou hidrovias, ao invés de caminhões, que emitiriam mais gases do efeito estufa. “Também houve recuperação do solo”, afirmou Epstein. “Cerca de 80% dele foi limpo”. De acordo com Going for Green, a descontaminação da terra, que continha metais e resíduos industriais, foi a maior de todo o Reino Unido.
A referência mais significativa no momento pode ser a preparação de Londres, na Inglaterra, para os jogos que serão realizados no ano que vem. O Parque Olímpico construído em Stratford, ao leste da metrópole inglesa, está prestes a ser concluído. Em junho, devem acabar as obras do seu Parque Aquático. E a preocupação quanto ao impacto que suas construções causarão ao meio ambiente é o fator mais importante que a experiência londrina tem para ensinar. Desde a sua candidatura, foi traçada uma meta ambiciosa - no melhor sentido: ser a sede para os Jogos Olímpicos mais sustentáveis já realizados na história.
Assim que Londres foi eleita sede dos Jogos Olímpicos, em 2005, a ODA – Autoridade Olímpica Britânica começou a estudar materiais, estruturas e processos de reciclagem. “A lição número um é planejar. A segunda e terceira também”, afirmou Dan Epstein, diretor da ODA, que esteve no Brasil na semana passada para a exibição, à imprensa e convidados, do documentário Gooing for Green - Britain's 2012 Dream (assista a um trecho no final deste texto), que mostra o processo de construção do complexo esportivo. “Passamos um ano olhando para as melhores práticas sustentáveis do mundo e para os estudos de impacto social e econômico. Depois disso, traçamos estratégias”, contou. O objetivo de tanto planejamento foi a decisão de que o legado deixado a Londres não fosse apenas para o mundo dos esportes, mas também para os negócios, o urbanismo, a arquitetura e o meio ambiente. A antiga zona industrial da cidade deveria ser revitalizada e a população local teria benefícios reais.
Na prática, isso significou decisões - à primeira vista – muito ambiciosas, mas que provam que boas práticas ambientais ultrapassam a magnitude das construções. Um exemplo é que, para construir o Parque Olímpico em área 2,5 quilômetros quadrados, o equivalente ao Hyde Park, da mesma cidade, a ODA objetivou reaproveitar 80% dos materiais que precisou demolir. O documentário mostra que o resultado superou o esperado: 97% de todo o entulho de construção foi reutilizado ou reciclado. Isso evitou o transporte de enorme quantidade de lixo para aterros sanitários, além do envio de materiais de construção para o local. As viagens de trabalhadores e outros materiais necessários foram feitas por ferrovias ou hidrovias, ao invés de caminhões, que emitiriam mais gases do efeito estufa. “Também houve recuperação do solo”, afirmou Epstein. “Cerca de 80% dele foi limpo”. De acordo com Going for Green, a descontaminação da terra, que continha metais e resíduos industriais, foi a maior de todo o Reino Unido.
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