quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Energia limpa que vem do cocô

Nem só de sol e vento é possível produzir energia limpa. Até o que você faz no banheiro pode manter a luz acesa ou a casa mais quentinha

Rafael Tonon
Vida Simples - 12/2010

DO COCÔ AO CALOR
Mais de 200 casas da cidade de Didcot, no Reino Unido, mantêm seu sistema de calefação funcionando graças ao que vai para a privada. É isso mesmo: todo o cocô dos moradores é direcionado para uma estação de tratamento onde ele é separado e convertido em gás (sem odor, claro!) para poder alimentar os radiadores de calefação instalados nas residências. Utilizar nossos próprios resíduos como combustível não é algo novo, é verdade – há indícios de mais de um século de que chineses e outros povos usavam o “número 2” para produzir energia. Mas o projeto de Didcot (que custou 4 milhões de dólares) é uma prova de que é possível construir um sistema integrado de geração de gás e energia em grande escala através do cocô – uma energia limpa, sim, e totalmente renovável, já que a gente não para nunca de fazer as necessidades fi siológicas, né?!

LUZ NAS PRAÇAS
Uma praça cuja iluminação é toda mantida graças aos detritos que os cães deixam por ali. Projetada pelo designer Matthew Mazzotta e batizada de Park Spark, essa praça existe e fi ca na cidade de Cambridge, nos EUA. Pensando numa forma de dar um fim sustentável aos resíduos animais, Mazzotta desenvolveu um sistema com um grande tambor de ferro onde o cocô dos bichos é jogado e misturado, permitindo que as bactérias possam fazer a decomposição dos resíduos e liberar gás metano. Esse gás, que depois é canalizado, é distribuído por todo o parque, onde é usado para manter a chama dos postes acesas, permitindo que as pessoas possam passear com seus cãezinhos durante a noite em segurança. O projeto foi desenvolvido através do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e a ideia é espalhar parques que tenham a energia gerada pelo cocô da bicharada por todo o país.

TRONO MAIS VERDE
As privadas estão ficando mais sustentáveis. Pudera: para cada descarga, cerca de 20 litros de água vão esgoto abaixo. Pensando nisso, os fabricantes estão criando privadas mais verdes. Conheça abaixo duas tendências que devem estar em breve num banheiro próximo de você.
1. Uma forma de evitar o desperdício é substituir a água pelo fogo. Os novos modelos vão incinerar o xixi e o cocô. Ao apertar a “descarga”, os excrementos são queimados – sem deixar cheiro, claro.
2. Um sistema a vácuo suga os detritos e os jogá no esgoto – praticamente a seco. Por isso, consome apenas 0,8 litro de água a cada uso, 10 vezes menos que um vaso comum. A energia para produzir o vácuo vem de painéis solares.

Fonte: Planeta Sustentável

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