quinta-feira, 31 de março de 2011

Vagão descarrila e causa vazamento de gasolina em SP

Agencia Estado
 
Dois vagões descarrilaram ontem (28/03/2011), em Bauru (SP), e provocaram o vazamento de 2 mil litros de gasolina no pátio ferroviário de Triagem Paulista, no Jardim Guadalajara. Não houve feridos. Técnicos ambientais da empresa ferroviária América Latina Logística (ALL) e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) vão avaliar se há necessidade de raspagem do solo no ponto do vazamento para evitar danos ambientais.
O acidente da composição que seguia de Paulínia para Bauru não atrapalhou a circulação de trens. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter o vazamento, e a área teve de ser isolada para a limpeza. As equipes da ALL fizeram o transbordo do combustível para outro vagão. Em nota, a ALL afirma que uma sindicância vai apurar o descarrilamento. O resultado deve sair em 30 dias.

FONTE: GLOBO
___________________________________________________________

Mais um caso de acidentes que envolvem o risco ambiental, onde poderia ser evitado com a manutenção dos trilhos e vagões, e a questão do vazamento da gasolina, poderia ser contida com materiais para absorção e contenção de vazamentos. Para isso a Overfix Ambiental esta no mercado, procurando atender as necessidades de nossos clientes na prevenção de acidentes ambientais.

Independente do seguimento, se faz necessário o uso dos produtos para absorção e contenção de vazamentos, seja ele em linhas individuais dos nossos produtos, ou ainda kit´s próprio para a sua empresa. Se você ainda não possui os kit´s ambientais para prevenção, contate-nos e garanta a segurança de sua empresa e do meio ambiente.

EUA autorizam 1ª perfuração em Golfo México após vazamento da BP

Agencia EFE
Washington, 30 mar (EFE).- Os Estados Unidos autorizaram nesta quarta-feira a primeira perfuração de um novo poço petroleiro no Golfo do México, após o desastre ecológico produzido pela explosão de um poço da empresa BP que liberou no mar 4,9 milhões de barris em abril de 2010.

O Escritório de Administração, Regulamentação e Supervisão de Energia Oceânica dos Estados Unidos (Boemre, na sigla em inglês) informou através de um comunicado que autorizou a empresa Shell Offshore a começar as operações de perfuração no Bloco Garden Banks 427, a 900 metros de profundidade.

O poço se encontra a 220 quilômetros ao sul do litoral da Louisiana.

"A permissão desta quarta-feira representa o fim de um processo amplo de revisão do plano de prospecção, uma avaliação do meio ambiente e a solicitação de perfuração, todas as quais cumpriram os rigorosos padrões ambientais e de segurança", disse Michael R. Bromwich, diretor do Boemre.

"A finalização deste processo demonstra que procedemos o mais rápido que podemos para permitir uma adequada regulação das operações petrolíferas do modo mais seguro e responsável com o meio ambiente", acrescentou.

Entre os requisitos exigidos, a Shell possui capacidade demonstrada para conter um vazamento submarino, explicou o Boemre.

Nas últimas semanas, as autoridades dos EUA haviam permitido a retomada dos trabalhos de perfuração de diversos projetos que já se encontravam em andamento no momento da explosão do poço Deepwater Horizon e que foram paralisados.

A Administração do presidente Barack Obama decidiu levantar no mês de outubro a moratória sobre perfurações em águas profundas, emitida em maio de 2010, no meio de intensas pressões da indústria e de protestos pelo prejuízo econômico que significava para a região. EFE

afs/tf

FONTE: GLOBO

terça-feira, 29 de março de 2011

Brasil bate recorde de participação na Hora do Planeta

Com adesão de 123 cidades brasileiras, a campanha Hora do Planeta, da WWF, teve sucesso no país. Também houve grande mobilização internacional, com destaque para as economias emergentes. Agora, a ONG convoca a sociedade a adotar ações para a preservação do meio ambiente durante todo o ano

Marina Franco
Planeta Sustentável - 28/03/2011


Divulgação
No último sábado, entre 20h30 e 21h30, residências, sedes de governos, monumentos, empresas e outras organizações de 134 países apagaram suas luzes num ato simbólico para dizerem que se preocupam com o meio ambiente e com o aquecimento global. No Brasil, 123 cidades, entre elas 20 capitais, aderiram à campanha Hora do Planeta, da WWF. Foi o recorde de participação desde que o evento é realizado no país.

No Rio de Janeiro, a sede oficial da campanha, uma festa nos Arcos da Lapa, que também ficaram apagados, reuniu 3,5 mil pessoas ao som de baterias das escolas de samba Mangueira, Portela, União da Ilha e Grande Rio. O evento contou com a participação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do secretário de estado de Meio Ambiente, Carlos Minc e do prefeito da cidade, Eduardo Paes, que desligaram as luzes da cidade por um grande interruptor. Além dos arcos, ficaram às escuras:
- Cristo Redentor;
- orla de Copacabana;
- Arpoador;
- Pão de Açúcar;
- Igreja da Penha;
- Castelinho da Fiocruz;
- Monumento aos Pracinhas;
- Jockey Clube.
Antes que as luzes se apagassem todos fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas das enchentes e deslizamentos ocorridos na região serrana da cidade, no início do ano, e do terremoto do Japão.

Em Brasília, o evento da WWF-Brasil foi realizado no Museu da República, com show do grupo Batukenjé, da Finlândia, e participação do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e do superintendente de Conservação da ONG, Cláudio Maretti. Eles também cortaram a iluminação da cidade, inclusive pontos como a Esplanada dos Ministérios, o Memorial JK, o Teatro Nacional e a Catedral.

Já em Rio Branco (foto), a população se concentrou em frente ao Palácio para acompanhar o desligamento de energia e seguiu em uma "bicicletada" até a ponte JK, onde a iluminação também foi apagada. Em Juazeiro do Norte, no Ceará, os moradores que se reuniram em torno da estátua de Padre Cícero, o monumento mais famoso da cidade, puderam observar o céu através de três telescópios. No Teatro Amazonas, em Manaus, a secretaria estadual da Cultura promoveu uma apresentação da Orquestra de Câmara do Amazonas e dos Bumbás de Parintins, Garantido e Caprichoso. No centro da cidade, foram realizadas performances musicais, proclamação de poesias e leitura de contos.

NO MUNDO A campanha também obteve sucesso nos outros 133 países participantes. O destaque foi para o aumento da participação das economias emergentes. Com 47 cidades participantes, a Índia quase dobrou sua adesão à Hora do Planeta. O governo do Nepal, além de apagar suas luzes, se comprometeu a acabar com o corte de árvores de 23 mil metros quadrados da área de colinas Churiya Range. Pela primeira vez, o Irã participou da campanha e apagou as luzes de sua torre mais alta, a Torre Milad, em Teerã, com 435 metros de altura, entre outros pontos. Ao todo, foram 3.800 cidades participantes.

Também ficaram sem iluminação mais de 750 monumentos mundialmente famosos como:
- Burj Dubai, o edifício mais alto do mundo;
- Empire State Building, de Nova Iorque;
- Sky Tower, em Auckland;
- Memorial da Paz, em Hiroshima;
- Torre Eiffel, em Paris e
- London Eye, em Londres, entre outros.

Além da participação durante a uma hora no escuro, a WWF pede que a sociedade continue mobilizada pelo resto do ano. A ONG convoca todos a adotarem medidas contra o aquecimento global; pela restauração e conservação dos ambientes naturais; pela economia de recursos naturais em geral, como a água; contra o desmatamento; pelo reforço da legislação ambiental, e combate à pobreza. Vale ações como o uso de transportes coletivos e menos poluentes, a conservação de nascentes de rios e a coleta seletiva de lixo, entra outras tantas. No site Beyond The Hour*, os internautas podem conferir dicas sobre como reduzir seu impacto ambiental, além de registrar suas atitudes em prol do meio ambiente. Assim, a ONG mostra que o planeta precisa mais do que apenas uma hora de atenção.

Fonte: Planeta Sustentável, dia 29/03/2011 ás 09:20

sexta-feira, 18 de março de 2011

Segurança nuclear é ilusória, diz José Goldemberg

Germano Lüders

Para o físico nuclear e expert em meio ambiente, como num conto de Alice, a tragédia no Japão estilhaçou o espelho da ilusão de controle sobre as usinas atômicas no mundo


Vanessa Barbosa
Exame.com - 17/03/2011

Embalada pela entrada do tema das mudanças climáticas na agenda global, na última década, a indústria nuclear caiu nas graças de muitos países por ser considerada de baixa emissão. Nesse novo processo de expansão, chamado de renascimento nuclear, o setor conseguiu recuperar a imagem de produção energética segura e controlada, que havia sido severamente abalada após as catástrofes de Three Mile Island, em 1957 e Chernobyl, a pior da história, quase trinta anos depois.

Mas a onda de sorte da energia nuclear pode estar com os dias contados. Diante da iminência de uma catástrofe atômica no Japão, muitos países estão suspendendo seus programas nucleares e revisando protocolos de segurança. Para um dos maiores especialistas em energia, o físico nuclear e professor da USP José Goldemberg, não há dúvidas que de que a imagem de segurança da energia nuclear foi novamente abalada. Uma segurança, segundo ele, que nunca passou de mera fantasia.

Em entrevista à EXAME.com, o físico eleito pela revista Times um dos Heróis do Meio Ambiente, em 2007, e vencedor do Prêmio Planeta Azul, considerado o 'Nobel' da área, comparou o acidente japonês ao popular conto de Lewis Carrol. "Como em Alice no País das Maravilhas, o espelho da ilusão de segurança das usinas nucleares foi estilhaçado", disse. Goldemberg chamou de 'equivocado' o programa nuclear brasileiro e falou da necessidade de se adotar novas alternativas energéticas.

EXAME.com - A crise no Japão levanta preocupações com a segurança das usinas nucleares em todo o mundo. Como o senhor avalia essa situação? 
José Goldemberg - É natural que, diante de uma catástrofe como essa, os países recuem em seus programas nucleares. Isso já aconteceu antes. Nas décadas de 70 e 80, a energia nuclear viveu uma grande expansão e ficou competitiva em decorrência da crise do petróleo, que afetou os preço do combustível e do gás, e da necessidade de segurança energética. Na França, por exemplo, que queria se ver livre da importação de gás da Rússia para suas centrais térmicas, a adoção da energia nuclear foi determinante.

Nesse período, inauguravam-se cerca de 30 usinas por ano em todo o mundo. Assim foi até 1979, quando ocorreu o desastre nuclear de Three Mile Island, nos EUA, que abalou a confiança no setor. A situação piorou em 86, com a explosão do reator de Chernobyl. Daí em diante, o setor nuclear praticamente paralisou, inaugurando apenas três usinas por ano.

EXAME.com - Mas aí veio o renascimento nuclear... 
José Goldemberg - Sim. Com o desenvolvimento de sistemas de segurança mais apurados, os reatores nucleares ficaram mais caros até 1995. A salvação para o setor veio nos anos seguintes, com as discussões sobre emissão de gases efeito estufa e mudanças climáticas.

Na ocasião, os países já haviam retomado a confiança nessa forma de geração e o setor viu nessa nova pauta ambiental uma oportunidade para aumentar a participação da energia nuclear na matriz energética mundial. Os Estados Unidos lideraram essa nova expansão com importantes susbsídios para estimular a criação de usinas. Outros países fizeram igual e a indústria se reanimou. Até a semana passada, antes da tragédia no Japão, a ideia do renascimento nuclear vinha ganhando força.

EXAME.com - Então o acidente na Ásia afetou o ciclo de crescimento da energia nuclear? As usinas deixaram de ser seguras ou a culpa é dos desastres naturias? 
José Goldemberg - Com ou sem desastres naturais, usinas nucleares sempre foram perigosas. Nenhuma tecnologia é 100% segura. O acidente no Japão lembra o conto de Alice no País das Maravilhas. O espelho se estilhaçou, a segurança era ilusória. Quem trabalha com energia nuclear sabe como ela é perigosa, por sua própria natureza.

Um reator precisa ser refrigerado, tem que ter água circulando dentro dele. Se por uma falha, isso deixa de acontecer, ele derrete e temos então uma catástrofe, como aconteceu em Tree Mile Island, que teve o mesmo grau de gravidade do acidente no Japão. Não foi um desastre natural que atingiu a usina americana, foi uma válvula que encrencou, falha de segurança.

EXAME.com - Segundo o governo, o programa nuclear brasileiro, que prevê, além de Angra 3, mais quatro ou oito usinas até 2030, não será abalado. O que o senhor acha disso? 
José Goldemberg - No Brasil, a energia nuclear é dispensável. Não precisamos disso. Apesar de atraente, esse tipo de geração deve ser a última das opções, restrita a países que não têm outra opção, como a França. Quando Angra 3 ficar pronta, a energia gerada será menor que o potencial de produção de energia do bagaço de cana, que só em São Paulo é de 2 milhões de kilowatts. Trata-se da energia de dois reatores nucleares. Devemos apostar mais na biomassa e nas hidrelétricas, ainda há muito potencial para ser aproveitado.

EXAME.com - O momento é propício para as energias alternativas? 
José Goldemberg - Sem dúvida, a tragédia nuclear no Japão vai dar um impulso nos investimentos em energia renovável em todo o mundo. A Alemanha, que anunciou o desligamento de suas usinas nucleares, já investe pesado em energia eólica e isso só tende a aumentar.

Por aqui, temos que dar mais atenção à energia eólica no Norte do país, os ventos bons estão lá no Piauí, no Ceará, no Norte do Maranhão..E não adianta dizer que faltam boas linhas de transmissão ligando o Norte ao Sul. Todas as dificuldades técnicas para longas distâncias já foram resolvidas há trinta anos, com a hidrelétrica de Itaipu, que é muito longe. O que falta é interesse político.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Níveis de radiação seguem altos ao redor da usina nuclear de Fukushima

Helicópteros militares jogaram água no complexo.
Governo alerta sobre risco de blecaute em Tóquio.

O lançamento de água do mar a partir de helicópteros militares na usina nuclear de Fukushima não surtiu os efeitos pretendidos pelos especialistas que tentam resfriar o superaquecido reator 3, e evitar um desastre de grandes proporções no Japão, com vazamento de material radioativo. Segundo informou nesta quinta-feira (17) a empresa operadora da central atômica, a Tokyo Electric Power (TEPCO), os altos níveis de radiação não diminuíram.

A maior preocupação neste momento é o reator 3 da usina nuclear, onde dois helicópteros das Forças de Autodefesa (Exército) lançaram água pelo menos quatro vezes de manhã. Segundo a TEOCO, os níveis de radiação seguirem estáveis.

O nível de radiação ao redor da central, onde estão alguns trabalhadores, é de 3 mil microsievert por hora, frente aos 1 mil microsievert por ano que se consideram seguros para a saúde humana.

Os helicópteros lançaram água de uma altura de 90 metros, quando o nível de radiação se situava em 4,13 milisievert por hora, segundo explicou nesta quinta-feira o ministro de Defesa japonês, Toshimi Kitazawa.

O governo do Japão, no entanto, assegura que não há planos de ampliar o perímetro de segurança estabelecido num raio de 20 km da usina de Fukushima.

O porta-voz do governo, Yukio Edano, assinalou também que o Japão “entende” a recomendação dos Estados Unidos para que seus cidadãos em um raio de 80 km da central abandonem a zona, mas insistiu que, por enquanto, o Japão não considera necessário ampliar o perímetro estabelecido.
 
Cerca de 200 mil pessoas foram retiradas nos últimos dias em um raio de 20 km da usina de Fukushima, enquanto foi recomendado que aqueles que vivem entre 20 e 30 km não saiam de suas casas, fechem as janelas e evitem usar os aparelhos de ar-condicionado.

Nesta quinta, as autoridades japonesas aumentaram em 28 mil o número de pessoas retiradas nas localidades próximas à usina nuclear. Estas pessoas foram levadas para centros de amparo na província de Fukushima e nas zonas de Niigata e Togichi, segundo a rede de televisão “NHK”.

A usina afetada fica a 240 km ao norte de Tóquio.


Blecaute
O governo japonês alertou que um blecaute pode ocorrer em Tóquio nesta quinta, reflexo dos problemas de provisão de energia elétrica depois que o terremoto de sexta (11) atingiu e danificou usinas nucleares que abastecem o país e a região da capital japonesa.

O ministro da Indústria, Banri Kaieda, citado pela agência local de notícias “Kyodo”, pediu que as operadoras de trem da área de Tóquio suspendam o serviço.

A usina foi bastante danificada pelo terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami, que atingiu a costa noroeste, provocando mortes, devastando regiões da costa e causando uma crise energética, econômica e humanitária no arquipélago.

A preocupação internacional sobre a situação da usina cresceu ao longo da quarta-feira (16). Os novos acontecimentos na usina, bastante afetada pelo grande tremor são "muito sérios", disse o chefe da agência nuclear da ONU, Yukiya Amano.
Imagem da TV japonesa mostra helicóptero militar lançando água sobre o reator 3 na manhã desta quinta (17) (Foto: AFP)Imagem da TV japonesa mostra helicóptero militar lançando água sobre o reator 3 na manhã desta quinta (17) (Foto: AFP)
Foto de satélite feita nesta quarta-feira (16) pela DigitalGlobe mostra a usina de Fukushima Daiichi. Vapor pode ser visto saíndo dos reatores 2 e 3. Também podem ser vistos danos nos reatores 1 e 4 e em outros prédios. (Foto: AP)Foto de satélite feita nesta quarta-feira (16) pela DigitalGlobe mostra a usina de Fukushima Daiichi. Vapor pode ser visto saíndo dos reatores 2 e 3. Também podem ser vistos danos nos reatores 1 e 4 e em outros prédios. (Foto: AP)
O chefe da AIEA, Yukiya Amano, disse que vai visitar o país nesta quinta para obter mais dados sobre a situação. "Quero ver como podemos ajudar melhor o Japão", disse em Viena, na Áustria.

Ele afirmou que foram confirmados danos no núcleo de três reatores da usina. Mas disse que ainda é cedo para dizer que a situação está "fora de controle".

Em meio à retirada de estrangeiros, equipes continuavam procurando vítimas do tremor e do tsunami nas regiões costeiras afetadas.

O número oficial de mortos passa de 5.100, mas a expectativa é de que ele cresça. Cerca de 8.606 pessoas continuavam desaparecidas e 450 mil estão desabrigadas, em abrigos provisórios, e enfrentando frio e falta de comida.

FONTE: G1, com agências internacionais

Dióxido de carbono aqueceu a Terra no passado, dizem cientistas

Substância causou aquecimentos de entre 2° e 3°C há 50 milhões de anos.
Descoberta pode ajudar a prever o comportamento do clima no futuro.

Sedimento mostra indícios de que havia dióxido de
carbono no fundo do oceano (Foto: Scripps
Institution of Oceanography, UC San Diego)
Processos de aquecimento global durando milhares de anos aconteceram durante a história com mais frequência que se imaginava previamente. A conclusão é de um estudo da Universidade da Califórnia de San Diego, nos EUA, publicado pelo jornal científico “Nature”.
Os pesquisadores afirmam que a liberação de volumes de dióxido de carbono que estavam isolados no fundo do oceano e seria o mais provável causador desses eventos “hipertermais”. A maior parte deles aumentou as temperaturas em entre 2° e 3°C, número comparável às estimativas conservadoras do aquecimento das próximas décadas, causado pela ação humana.
Eles chegaram a essa conclusão por meio da análise de sedimentos recolhidos na costa da América do Sul. Pela quantidade de argila acumulada no núcleo desses sedimentos, foi possível identificar que houve acidificação do oceano, o que é explicado pela presença de dióxido de carbono na água.
Na maioria das vezes, esses hipertermais duraram cerca de 40 mil anos. Eles ocorriam aproximadamente a cada 400 mil anos durante um período quente da história da Terra, há 50 milhões de anos. Por volta de 40 milhões de anos atrás, o planeta entrou numa fase de esfriamento e não houve mais eventos dessa magnitude.
“Esses hipertermais não parecem ter sido eventos raros, portanto há muitos exemplos antigos de aquecimento global numa escala que, de modo geral, é como o aquecimento esperado para o futuro. Podemos usar esses eventos para examinar o impacto da mudança global nos ecossistemas marinhos, no clima e na circulação dos oceanos”, afirmou Richard Norris, geólogo que é um dos autores da pesquisa.
Desde o século XVIII, o uso de combustíveis fósseis já aumentou em quase 50% as concentrações de dióxido de carbono. O estudo dos hipertermais do passado deve ajudar os cientistas a produzir estimativas de quando tempo será preciso para reverter as temperaturas aumentadas pelas atividades humanas.
“Num período de entre cem e 300 anos, fizemos um efeito sobre a Terra que levará dezenas de milhares de anos para ser equilibrado, a julgar pelo histórico geológico”, afirmou Norris.

FONTE: G1, São Paulo

sexta-feira, 11 de março de 2011

WWF-Brasil lança campanha da Hora do Planeta

Com o slogan Apague a luz para ver um mundo melhor, a campanha Hora do Planeta 2011, da WWF-Brasil, foi lançada sexta-feira, em São Paulo. A ONG convida todos a apagarem suas luzes por uma hora no dia 26 de março, para provocar uma reflexão sobre o aquecimento global

Divulgação
Marina Franco - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 21/02/2011

Dia 26 de março é uma data especial para a sustentabilidade do planeta. A ONG internacional WWF convida todos a desligarem suas luzes por uma hora, das 20h30 às 21h30, para provocar a reflexão sobre o atual padrão de consumo e o aquecimento global. Realizada desde 2009 no Brasil, a Hora do Planeta* pressupõe o apoio de toda a população. Em anos anteriores, bares, restaurantes e cartões-postais do país, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, aderiram à campanha.

O apoio de grandes empresas também traz força para esta ação. Para apresentar a campanha e incentivar a aderência do setor empresarial, a WWF-Brasil* reuniu profissionais de mídia e marketing de São Paulo. Mauro Motoryn, diretor da agência 141 SoHo Square - que conquistou a conta da ONG recentemente e é responsável pela campanha publicitária - e Álvaro de Souza, presidente do conselho diretor da WWF-Brasil falaram sobre como o meio publicitário pode ajudar. Basta oferecer, para todos os seus clientes, a adesão à campanha, comprando espaços publicitários para divulgá-la (geralmente ONGs não pagam pela veiculação desse tipo de campanha em qualquer veículo editorial). Dessa forma, os veículos não deixam de ganhar e as empresas se engajam.

Além de empresas e mídia, o governo também apoiará a causa. De acordo com Mauro, nesta semana a ONG assinará convênio com prefeitos de cidades com mais de 100 mil habitantes, para que eles incentivem a redução de energia na hora marcada. “Queremos bater o recorde mundial de adesão de cidades. É importante que o mundo perceba que o Brasil tem uma responsabilidade socioambiental forte”, declarou.

As peças publicitárias (abaixo) mostram como apenas uma hora tem grande importância para o futuro do planeta. O tema da campanha é Apague a luz para ver melhor. “Essa frase não poderia ser melhor”, disse Álvaro. “Quando A Hora do Planeta foi lançada, muita gente entendeu que o objetivo era poupar energia. Mas não é isso! A intenção é chamar a atenção para os problemas ambientais”, explicou. Neste ano, a reflexão proposta é a redução do consumo, a reutilização de materiais e a reciclagem.

Álvaro também ressaltou a importância de um alcance amplo para a campanha. “A palavra dessa iniciativa é abrangência. Se conseguirmos chegar a 12 milhões de casas - que terão reduzido seu consumo de energia, entre 20h30 e 21h30, no dia 26/03, com três pessoas por domicílio -, o resultado será ótimo”, disse.

E a campanha deste ano ainda terá uma adesão bastante animadora: as escolas de samba. "Quando apagamos as luzes e tudo fica mais silencioso, podemos ouvir nosso coração", explicou Motoryn, "Queremos, então, que batuques e tambores simulem as batidas de nossos corações nesse momento especial". Por isso, durante a hora marcada, escolas de samba se reunirão em três cidades brasileiras:
- São Paulo, com concentração na quadra da Vai-Vai;
- Rio de Janeiro, na Marina da Glória e
- Salvador, no Farol da Barra.

*Hora do Planeta
* WWF-Brasil

quinta-feira, 10 de março de 2011

O plástico ficou ecológico

Matérias-primas renováveis como cana-de-açúcar e milho são usadas para produzir plásticos menos agressivos ao meio ambiente

Renata Leal
Info Exame – 03/2011

DIVULGAÇÃO
No tempo que você levará para ler esta reportagem, cerca de 50 000 sacolinhas plásticas serão consumidas no Brasil. A média nacional é de 1,5 milhão por hora. Embora representem pouco individualmente, os saquinhos de supermercado formam um volume enorme de lixo, que pode demorar vários séculos para se decompor no ambiente. Como reduzir o impacto causado pelo plástico na natureza é uma preocupação crescente. Por isso, ganham cada vez mais espaço as iniciativas de produzir plástico a partir de matérias-primas renováveis, como a cana- de-açúcar e o milho.

Universidades e empresas trabalham em projetos conjuntos para identifi car novos materiais e formas de melhorar asaplicações dos plásticos de origem renovável. Existem várias linhas de pesquisa e produção, que geram produtos recicláveis e/ou biodegradáveis. Uma peça plástica que será usada por muitos anos, por exemplo, não precisa ser biodegradável, mas é importante que seja reciclável. Já uma sacola de supermercado, que provavelmente será usada para acondicionar lixo doméstico, deve ser biodegradável.

Nos laboratórios da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, os pesquisadores produzem plásticos a partir de amido de mandioca. Os estudos já são feitos há dez anos e nos últimos quatro eles passaram a incorporar também uma porcentagem de fibra de cana-de-açúcar. “Começamos a ver que havia dificuldades na produção porque a mistura não era adequada para o processo industrial”, diz Fábio Yamashita, professor do departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UEL. Mais recentemente, os pesquisadores decidiram misturar o amido de mandioca a um polímero fabricado pela Basf ainda com origem petroquímica, o Ecoflex. O resultado foi um produto com algumas das características de que a indústria precisa.

Com a mistura foi possível testar o uso do plástico biodegradável em atividades no campo. Os principais usos até agora foram para a cobertura de campos para a plantação de morango, o ensacamento de goiabas na fase de crescimento, para evitar o ataque de pragas, e a embalagem de mudas de plantas medicinais, em saquinhos que geralmente são retirados antes do plantio. Os testes nos campos de morango foram feitos em escala commercial e mostraram que é preciso calibrar a velocidade de degradação do fi lme plástico. “Ele começou a se deteriorar antes do tempo”, afirma Yamashita. Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior paulista, há estudos na mesma linha. A engenheira de materiais Marília Motomura trabalhou com amido de mandioca, fibra de coco e serragem de madeira. Ela misturou as matérias- primas ao Ecoflex para ampliar as opções de uso do plástico biodegradável, que pode fi car mais rígido ou fl exível, por exemplo. Essas características são fundamentais para determinar que tipo de produto final é possível produzir. “A aplicação ainda é restrita. Apenas as peças feitas por processo de extrusão já estão sendo vendidas”, diz Marília.

A INDÚSTRIA INVESTE PESADO
Diante da demanda global por attitudes mais verdes, as empresas precisaram se munir de alternativas para oferecer ao mercado. A Braskem, oitava maior petroquímica do mundo, abriu em setembro do ano passado sua primeira fi - lial destinada a produzir apenas plástico verde. A fábrica, que fi ca em Triunfo, no Rio Grande do Sul, recebeu 500 milhões de reais de investimento e tem capacidade de produzir 200 000 toneladas anuais de plástico verde. A estratégia adotada pela Braskem é usar etanol como matéria- prima.

FONTE: Planeta Sustentável

terça-feira, 1 de março de 2011

Olimpíadas de Londres: bom exemplo para o RJ

Com investimento de 9,3 bilhões de libras, Londres constrói seu Parque Olímpico para os jogos do ano que vem com a promessa de serem os mais sustentáveis da história. Cinco anos antes de sediar as Olimpíadas, o Rio de Janeiro tem, na experiência britânica, uma boa inspiração para seu planejamento

Marina Franco - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 25/02/2011


Espera-se que milhares torcedores desembarquem no Rio de Janeiro em agosto de 2016 para assistir a maior festa mundial dos esportes. Outros bilhões estarão em suas casas, nos quatro cantos do mundo, de olhos atentos às Olimpíadas. Eventos assim, de grande visibilidade, têm a chance de chamar a atenção dos espectadores para outras questões - que não apenas o esporte. E por que não a sustentabilidade? A cinco anos da competição, a cidade do Rio de Janeiro, por meio do trabalho do Comitê de Organização das Olimpíadas, está em fase de planejamento para as obras do que será o seu Parque Olímpico. É a hora certa para receber boas inspirações.

A referência mais significativa no momento pode ser a preparação de Londres, na Inglaterra, para os jogos que serão realizados no ano que vem. O Parque Olímpico construído em Stratford, ao leste da metrópole inglesa, está prestes a ser concluído. Em junho, devem acabar as obras do seu Parque Aquático. E a preocupação quanto ao impacto que suas construções causarão ao meio ambiente é o fator mais importante que a experiência londrina tem para ensinar. Desde a sua candidatura, foi traçada uma meta ambiciosa - no melhor sentido: ser a sede para os Jogos Olímpicos mais sustentáveis já realizados na história.

Assim que Londres foi eleita sede dos Jogos Olímpicos, em 2005, a ODA – Autoridade Olímpica Britânica começou a estudar materiais, estruturas e processos de reciclagem. “A lição número um é planejar. A segunda e terceira também”, afirmou Dan Epstein, diretor da ODA, que esteve no Brasil na semana passada para a exibição, à imprensa e convidados, do documentário Gooing for Green - Britain's 2012 Dream (assista a um trecho no final deste texto), que mostra o processo de construção do complexo esportivo. “Passamos um ano olhando para as melhores práticas sustentáveis do mundo e para os estudos de impacto social e econômico. Depois disso, traçamos estratégias”, contou. O objetivo de tanto planejamento foi a decisão de que o legado deixado a Londres não fosse apenas para o mundo dos esportes, mas também para os negócios, o urbanismo, a arquitetura e o meio ambiente. A antiga zona industrial da cidade deveria ser revitalizada e a população local teria benefícios reais.

Na prática, isso significou decisões - à primeira vista – muito ambiciosas, mas que provam que boas práticas ambientais ultrapassam a magnitude das construções. Um exemplo é que, para construir o Parque Olímpico em área 2,5 quilômetros quadrados, o equivalente ao Hyde Park, da mesma cidade, a ODA objetivou reaproveitar 80% dos materiais que precisou demolir. O documentário mostra que o resultado superou o esperado: 97% de todo o entulho de construção foi reutilizado ou reciclado. Isso evitou o transporte de enorme quantidade de lixo para aterros sanitários, além do envio de materiais de construção para o local. As viagens de trabalhadores e outros materiais necessários foram feitas por ferrovias ou hidrovias, ao invés de caminhões, que emitiriam mais gases do efeito estufa. “Também houve recuperação do solo”, afirmou Epstein. “Cerca de 80% dele foi limpo”. De acordo com Going for Green, a descontaminação da terra, que continha metais e resíduos industriais, foi a maior de todo o Reino Unido.
A terra foi levada a uma estação de tratamento e, depois de limpa, recolocada no local.

O planejamento arquitetônico contempla construções permanentes, que em longo prazo serão usadas pela comunidade da região leste de Londres. É o caso dos edifícios do Parque Olímpico, que serão convertidos em residências depois das competições. Pelo menos metade dos 2.800 apartamentos construídos irá para a população de baixa renda. O Centro Aquático e do Estádio também permanecerão como locais de promoção dos esportes. E ainda há as estruturas temporárias, como arquibancadas removíveis para abrigar o maior público dos jogos de 2012 e a arena, construída para a fase inicial das partidas de basquete, que é completamente desmontada.

Nos quesitos água e energia, o Parque Olímpico de Londres também economizará recursos. A meta é a de que as instalações usem ao menos 40% menos água do que construções equivalentes, uma vez que reaproveitará a água das chuvas, coletada nos telhados, para a limpeza dos banheiros, por exemplo. Além disso, os sistemas de energia, aquecimento e resfriamento do Parque, que posteriormente abastecerão a comunidade, usam como combustível gás natural e biomassa.

O acesso ao Parque Olímpico não poderia deixar de seguir a linha sustentável. A organização investiu no transporte público e oferecerá 10 novas linhas de trem para atender a área. O objetivo é que o público expectador dos jogos tenha acesso ao local por trens, bicicletas ou por caminhada. E os benefícios, é claro, ficarão de herança para a comunidade. Apenas os atletas, convidados VIPs e a mídia poderão chegar em carros ou ônibus. Idosos e deficientes físico terão acesso a carrinhos de golfe.

Todo o investimento de Londres para a infraestrutura de suas Olimpíadas rendeu 9,3 bilhões de libras, valor bem acima dos 2,4 bilhões previstos inicialmente. “Percebemos que o orçamento inicial não seria suficiente e então decidimos que não adiantaria construir uma estrutura para apenas três semanas. Com os 9,3 bilhões de libras, vamos deixar 75% para o legado, que será aproveitado em até cem anos”, afirmou Epstein. Para ele, as ações sustentáveis do projeto não o encarecem. Pelo contrário, o gasto com materiais foi baixo. O que mais requer investimentos, de tempo e dinheiro, é o planejamento. “Esta deve ser a mensagem para a cidade do Rio de Janeiro”, alertou.

O portal London 2012* acompanha a preparação inglesa para as Olimpíadas. Para garantir o cumprimento das metas estabelecidas, foi estabelecido o grupo Comissão para Londres 2012 Sustentável*, que reporta ao público os resultados obtidos até então.


* London 2012 


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Investimento de 2% do PIB pode garantir economia verde

foto: Dilvulgação

Estudo divulgado nesta segunda-feira, 21 de fevereiro, pela ONU conclui que investir, anualmente, 2% do PIB mundial em medidas sustentáveis, em dez setores estratégicos, garantirá a transição para uma economia verde até 2050

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O nível do mar aumentou? Mude para uma cidade aquática!


Débora Spitzcovsky

O aumento do aquecimento global intensifica o degelo polar e, por isso, o nível da água do mar está crescendo. Em pouco tempo, a terra será “engolida” pelos oceanos e aqueles que quiserem sobreviver terão que se adaptar e viver em cidades aquáticas, que ficam vagando pelos mares dia e noite.

Dramático? Essa é a opinião do arquiteto francês Vincent Callebaut, que para se prevenir já projetou sua própria cidade aquática (e sustentável!): a Lilypad, cujo design é inspirado em uma vitória régia da Amazônia.

A “ecópole flutuante” possui três setores e cada um deles será destinado a uma atividade: trabalho, entretenimento e moradia. No centro da cidade, interligando todos os setores, há um lago, abastecido pela chuva, de onde os moradores obterão água potável, a partir de um sistema próprio de purificação.

A comida virá de hortas, localizadas ao redor do lago, e toda a cidade será coberta por jardins suspensos, que promoverão a integração do homem com a natureza. Por fim, a Lilypad será equipada para produzir energia eólica, hidráulica, solar, térmica e, também, a partir de biomassa e do movimento das ondas.

Como se não bastasse, a cidade aquática de Callebaut será construída com fibras de poliéster e receberá camadas de dióxido de titânio, que, segundo o designer, absorvem a poluição atmosférica quando entram em contato com os raios ultravioleta. Ou seja, além de ser auto-suficiente, a Lilpyad ainda ajudaria a reduzir a poluição do planeta.

Callebaut estima que a “vitória régia” consiga abrigar até 50 mil refugiados climáticos. Você embarcaria nessa cidade?   

Fonte: Planeta Sustentável

Energia limpa que vem do cocô

Nem só de sol e vento é possível produzir energia limpa. Até o que você faz no banheiro pode manter a luz acesa ou a casa mais quentinha

Rafael Tonon
Vida Simples - 12/2010

DO COCÔ AO CALOR
Mais de 200 casas da cidade de Didcot, no Reino Unido, mantêm seu sistema de calefação funcionando graças ao que vai para a privada. É isso mesmo: todo o cocô dos moradores é direcionado para uma estação de tratamento onde ele é separado e convertido em gás (sem odor, claro!) para poder alimentar os radiadores de calefação instalados nas residências. Utilizar nossos próprios resíduos como combustível não é algo novo, é verdade – há indícios de mais de um século de que chineses e outros povos usavam o “número 2” para produzir energia. Mas o projeto de Didcot (que custou 4 milhões de dólares) é uma prova de que é possível construir um sistema integrado de geração de gás e energia em grande escala através do cocô – uma energia limpa, sim, e totalmente renovável, já que a gente não para nunca de fazer as necessidades fi siológicas, né?!

LUZ NAS PRAÇAS
Uma praça cuja iluminação é toda mantida graças aos detritos que os cães deixam por ali. Projetada pelo designer Matthew Mazzotta e batizada de Park Spark, essa praça existe e fi ca na cidade de Cambridge, nos EUA. Pensando numa forma de dar um fim sustentável aos resíduos animais, Mazzotta desenvolveu um sistema com um grande tambor de ferro onde o cocô dos bichos é jogado e misturado, permitindo que as bactérias possam fazer a decomposição dos resíduos e liberar gás metano. Esse gás, que depois é canalizado, é distribuído por todo o parque, onde é usado para manter a chama dos postes acesas, permitindo que as pessoas possam passear com seus cãezinhos durante a noite em segurança. O projeto foi desenvolvido através do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e a ideia é espalhar parques que tenham a energia gerada pelo cocô da bicharada por todo o país.

TRONO MAIS VERDE
As privadas estão ficando mais sustentáveis. Pudera: para cada descarga, cerca de 20 litros de água vão esgoto abaixo. Pensando nisso, os fabricantes estão criando privadas mais verdes. Conheça abaixo duas tendências que devem estar em breve num banheiro próximo de você.
1. Uma forma de evitar o desperdício é substituir a água pelo fogo. Os novos modelos vão incinerar o xixi e o cocô. Ao apertar a “descarga”, os excrementos são queimados – sem deixar cheiro, claro.
2. Um sistema a vácuo suga os detritos e os jogá no esgoto – praticamente a seco. Por isso, consome apenas 0,8 litro de água a cada uso, 10 vezes menos que um vaso comum. A energia para produzir o vácuo vem de painéis solares.

Fonte: Planeta Sustentável

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Vazamento resulta em 5 mil litros de óleo combustível em rio do Paraná

Mancha se espalhou por 14 quilômetros após acidente com caminhões.
Ao menos 120 mil pessoas ficaram sem água no município de Cascavel.



Defesa Civil instalou barreiras para conter o óleo vazado no rio Cascavel | Foto: Divulgação


Cerca de 5 mil litros de óleo combustível contaminaram o rio que abastece o município de Cascavel, no Paraná, após um acidente entre dois caminhões resultar no derramamento da carga dos veículos. O acidente ocorreu neste sábado (19).
Como reflexo do vazamento, ao menos 120 mil pessoas estão sem acesso a água, número que representa quase metade da população de Cascavel. Embora o acidente não tenha deixado feridos, o prejuízo para o meio ambiente na região foi enorme.
Foram montadas barreiras para conter o avanço da mancha de combustível no rio e equipamentos sugavam o lubrificante da água, mas nada adiantou. O produto se espalhou por 14 quilômetros do rio e atingiu uma das três estações de tratamento a cidade.
A previsão da companhia de abastecimento do Paraná é de que cerca de 60% da população da cidade fique sem água nesta segunda-feira (21). O abastecimento de água na em Cascavel não deve voltar ao normal antes de quarta-feira (23).

____________________________________________________________________

Viu como um acidente pode ter grandes proporções. Por isso é necessário a prevenção, não importa o ramo da empresa. Prevenção ambiental é muito importante, principalmente por se tratar de um bem que é de todos. Com certeza, se os proprietários do caminhão tivessem um Kit Ambiental, a proporção do acidente seria bem menor, pois poderia ter sido contido no inicio, sem que ocorresse o alastramento do mesmo, e a contamização do rio, que fez com fosse suspenso o abastecimento de água da cidade.

Se você quer se prevenir e não tem um Kit ambiental, contate-nos. Somos uma empresa que oferece ao nossos clientes os melhores produtos absorventes para contenção de vazamentos.

Entre em contato conosco!
overfix@overfix.com.br

As Responsabilidades dos Donos de um País

“Ninguém limpa um país alugado”. Esse é o ponto de vista do colunista Thomas Friedman, do New York Times, em seu artigo a respeito da situação no Egito. O jornalista passou uma manhã recolhendo depoimentos e ouvindo histórias da população egípcia na Praça Tahrir, no Cairo. Ele relata que, entre as pessoas que se encontravam no local, havia um grupo de jovens estudantes com luvas de plástico que recolhia o lixo do chão da praça. E aponta a sensação de pertencimento como motivo dessa ação voluntária. Ou seja, aqueles jovens estavam ali limpando a praça simplesmente porque se sentem donos de seu país. Porque a relação que tem com sua terra não é postiça, mas algo para a vida toda.

O respeito ao ambiente em que se vive é uma necessidade para o futuro de toda a humanidade, mas também para o presente. Não há qualidade de vida se a sociedade não se empenha em manter limpo o espaço público. E essa atitude dos cidadãos só ocorre se eles se sentirem proprietários da nação em que vivem, e se puderem se considerar respeitados e pertencentes e se identificar com ela.

A Atitude Brasilhttp://www.atitudebrasil.com - acredita que, apesar dos elevados índices de exclusão social e da parcela de pessoas vivendo em extrema pobreza, o Brasil é um país muito acolhedor e, por possuir uma cultura que é resultado de tanta miscigenação, pertence a todos que aqui vivem e ajudam a construir, diariamente, nossa identidade nacional. Por esse motivo, crê que é responsabilidade de todos os brasileiros lutar por um país limpo e pelo crescimento sustentável do mesmo. Com base nesse pensamento é que se decidiu trazer para cá o movimento Limpa Brasil Let’s do it!http://www.limpabrasil.com - , que requer iniciativa e envolvimento dos diversos setores da sociedade, e que, sem dúvida, será benéfico para todos. 


Fonte: Equipe Atitude Brasil

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Mudança do clima ameaça paz, diz ONU


FOTO: ONU
 Fonte: Planeta Sustentável

Militares devem investir em mitigação

A chefe do secretariado para a mudança do clima da ONU, Christiana Figueres, apelou aos ministros de defesa que invistam uma porção maior de seus orçamentos em medidas de mitigação dos efeitos da mudança do clima, numa tentativa de reduzir o risco de conflitos associados aos impactos do aquecimento global.

Falando ontem em Madri a chefes de polícia e líderes militares, Figueres advertiu que se não se tomassem medidas, o impacto da mudança do clima no suprimento de água, nos padrões do tempo e no nível dos mares poderia causar conflitos disseminados.

Ela disse especificamente que o aquecimento global aumentaria a pobreza e os governos teriam de lutar para prover as necessidades básicas de seus cidadãos.

"Nenhuma nação pode florescer se seus cidadãos tiverem que enfrentar os impactos da mudança do clima e as perspectivas crescentes de conflito", ela afirmou. "A voz do setor de defesa é uma das mais fortes e persuasivas em nível nacional, e assim peço a vocês que invistam de maneira que possa nos conduzir a todos a uma paz baseada em cooperação, e não em conflito",
acrescentou.

Figueres advertiu que o orçamento global militar, que cresceu 50% na última década, continuará a aumentar a menos que os governos gastem mais com medidas para prevenir a mudança do clima, como investimentos em tecnologias de baixo carbono.

"A taxa de gastos com defesa poderia responder pela maior parte do dinheiro necessário ao corte de emissões, e para evitar que os vulneráveis, frequentemente nas áreas mais instáveis do mundo, vejam suas sociedades desmoronarem com as pressões do clima", ela afirmou, de acordo com o Business Green.

Fonte: Planeta Sustentável

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Robert Dudley: "Foi uma sucessão de erros"

O CEO que assumiu a BP depois do maior vazamento de óleo da história americana admite falhas da empresa e diz que o caso levará a atividade a se tornar mais segura

Malu Gaspar e Renata Betti
Revista Veja – 09/02/2011


BP/Divulgação
{txtalt}
Desde que assumiu o comando da petrolífera inglesa BP, há três meses, o engenheiro americano Robert Dudley, de 54 anos, está incumbido da missão de reerguer os negócios e a reputação da multinacional - fortemente abalados pelo acidente no Golfo do México, em abril passado, quando uma plataforma de exploração deixou vazar mais de 800 milhões de litros de óleo no mar. Onze pessoas morreram e milhares de outras, que moram e trabalham naquela parte da costa americana, sofreram grandes prejuízos.

Na semana passada, a companhia foi alvo de novos protestos por parte dos
cidadãos atingidos pelo vazamento. Eles estão indignados com o anúncio de que
a companhia retomaria o pagamento de dividendos aos acionistas. Afirmam que deveriam ter prioridade e receber logo as indenizações que lhes são devidas. Na entrevista a VEJA, em que falou também sobre o etanol e o pré-sal brasileiros, Dudley se posiciona abertamente sobre o acidente: "Sei que de nada adianta repetir que somos uma empresa segura - temos de demonstrar isso na prática".

Empresários e moradores da região atingida pelo vazamento no Golfo do México estão descontentes com a demora no pagamento das indenizações. A BP vai pagar a todos?
É natural que haja gente insatisfeita num processo como esse. Estamos falando de tantas indenizações que podem chegar a 20 bilhões de dólares. Dada a complexidade da operação, depositamos esse dinheiro num fundo administrado por um executivo independente da empresa, indicado pela Casa Branca, que está ditando a ordem e o ritmo dos pagamentos. Trata-se de uma questão de tempo: a intenção é pagar a todos os prejudicados.

Quais foram, afinal de contas, as causas do acidente?
Um grupo de sessenta consultores externos produziu um relatório bastante objetivo acerca do episódio. A equipe concluiu que o desastre não foi provocado por uma única razão, e sim por uma sequência de falhas mecânicas e de problemas na engenharia da plataforma. A isso, aliaram-se maus julgamentos humanos e ainda atritos entre os funcionários das diversas companhias envolvidas na operação. Foi justamente a soma de todos esses fatores que criou o cenário para o acidente - e fez com que ele adquirisse tamanha gravidade.

O senhor poderia ser mais específico quanto às falhas? A primeira ocorreu quando os técnicos da plataforma não souberam interpretar os testes de pressão que sinalizavam a existência de um vazamento no fundo do poço. Um erro fatal. Eles continuaram a trabalhar como se nada houvesse. Em seguida, foi o equipamento que deveria acionar o dispositivo de prevenção a explosões que não funcionou. A plataforma começou, então, a se mover. Numa situação assim, esperava-se que o sistema fechasse o buraco automaticamente, para impedir novos vazamentos. Isso também não ocorreu. A próxima etapa deveria ter sido o envio de robôs ao fundo do mar. Tentamos fazer isso, mas, novamente, não deu certo.

Não é estranho que nenhuma dessas iniciativas tenha funcionado? Realmente não sei por que nada deu certo naquele dia.

Uma reportagem recente publicada pelo jornal The New York Times sugere que os equipamentos utilizados apresentavam problemas de manutenção e que os funcionários ainda estavam despreparados para emergências de grande porte... O relatório técnico deixa claro que os defeitos no maquinário, que apareceram durante o acidente, não foram causados por falhas de manutenção. Quanto aos funcionários, de fato houve certa hesitação no início, mas há que considerar que a situação era extremamente atípica. A verdade é que, quando se está no olho do furacão, críticas, muitas delas infundadas, são inevitáveis. No auge da crise, alguns de nossos concorrentes vieram a público dizer que o acidente nunca teria acontecido caso eles estivessem à frente da operação, ou que teriam reagido de forma diferente numa situação dessas - afirmações precipitadas e equivocadas.
 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

AS 10 FLORESTAS MAIS AMEAÇADAS DO MUNDO


Elas cobrem apenas 30% da área do planeta. Ainda assim, abrigam 80% da biodiversidade terrestre mundial. As florestas também são diretamente importantes para a sobrevivência dos humanos. Estima-se que 1,6 bilhão de pessoas dependem delas para garantir o seu sustento. Além disso, muitas das necessidades mais básicas para a sobrevivência do homem na Terra veem das interações entre as espécies de plantas e animais com os ecossistemas, como a polinização de safras agrícolas, os solos saudáveis, os remédios, o ar puro e a água doce.

Apesar de terem tanta importância, a devastação vem destruindo as florestas. Com o objetivo de alertar todo o mundo para a necessidade de conservá-las, a ONU declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas (Leia 2011 é o Ano Internacional das Florestas), que é inaugurado oficialmente hoje, em Nova York. A ONG CI - Conservação Internacional* aproveita a ocasião para divulgar os dez hotspots florestais mais ameaçados de extinção do mundo. Para ser considerado um hotspot, área deve ter riqueza biológica extrema, índice elevado de espécies únicas de animais e plantas, além de estar altamente degradada, com grande risco de desaparecer. No caso da lista de hotspots florestais, a CI considerou florestas que já perderam 90% ou mais de sua cobertura original e que abrigam, cada uma, pelo menos 1.500 espécies de plantas endêmicas (que só existem naquele local).

A lista inclui florestas no sudeste asiático, na Nova Zelândia, nas montanhas do centro-sul da China, na região costeira da África Oriental e na ilha de Madagascar. O Brasil aparece por conta da Mata Atlântica, que abriga cerca de 20 mil espécies de plantas, 40% delas endêmicas. Atualmente, o bioma ameaçado tem apenas 8% do que era a sua cobertura original. Veja na tabela abaixo a classificação dos hotspots florestais:



“As florestas estão sendo destruídas a uma taxa alarmante para dar lugar a pastagens, plantações, mineração e expansão de áreas urbanas. Com isso, estamos destruindo nossa própria capacidade de sobreviver,” alerta Olivier Langrand, diretor de política internacional da CI. Ele lembra que, além de prestar serviços vitais para os humanos, as florestas têm potencial econômico, de prevenção de erosão e, ainda, de absorção do carbono, gás que contribui para o aquecimento global.

Para o fornecimento de água, elas também são essenciais. A CI divulga que cerca de três quartos da água doce acessível do mundo vêm de vertentes florestais. Além disso, dois terços de todas as maiores cidades de países em desenvolvimento dependem de uma floresta em sua proximidade para o suprimento de água limpa. Segundo Tracy Farrell, diretora do Programa de Conservação de Água Doce da ONG, fora as instalações de dessalinização, que são economicamente muito caras, a única forma de manter nosso suprimento de água doce é proteger as florestas remanescentes.

A CI ainda chama a atenção da contribuição das florestas para a estabilização do clima. De acordo com a ONG, os dez hotspots florestais mais ameaçados do mundo armazenam mais de 25 gigatons de carbono. Por outro lado, o desmatamento representa aproximadamente 15% das emissões totais de gases do efeito estufa.

O alerta da ONG também é dirigido aos governos, para que eles repensem seus programas de proteção e preservação de suas floresta, como afirma Langrand. “Florestas saudáveis nos oferecem os melhores meios econômicos para enfrentar os diversos desafios ambientais da mudança climática e a crescente demanda por produtos florestais”, diz.



Conservation International/Sitha Som
1. REGIÕES DA INDO-BIRMÂNIA (Ásia-Pacífico) - suas planícies aluviais são ameaçadas pelo cultivo de arroz, mangues foram convertidos em reservatórios de aquicultura de camarão e a pesca excessiva e o uso de técnicas de pesca destrutiva são problemas graves para os ecossistemas costeiros e de água doce da região. Além disso, alguns rios foram represados para gerar eletricidade, o que causou o alagamento de bancos de areia e outros hábitats que normalmente seriam expostos durante a estação seca, importantes para os ninhos de aves e tartarugas. Os rios e pântanos desse hotspot também são importantes para a conservação de peixes de água doce, incluindo alguns dos maiores peixes de água doce do mundo. O Lago Tonle Sap e o Rio Mekong são hábitats para a lampreia gigante Mekong e a carpa dourada de Jullien. Apenas 5% do habitat original ainda está lá.



Art Wolfe
2. NOVA ZELÂNDIA (Oceania) - terra de paisagens variadas com grandes índices de espécies endêmicas, incluindo o kiwi, seu representante mais famoso. Neste arquipélago montanhoso dominado pelas florestas temperadas, nenhum dos mamíferos, anfíbios ou répteis é encontrado em outro lugar do mundo. As espécies invasoras, como as que chegaram no século XIX com os europeus, são uma série ameaça à flora e à fauna das ilhas. Foram levadas ao arquipélago 34 espécies exóticas de mamíferos (como gambás, coelhos, gatos, cabras e furões) e centenas de espécies de ervas daninhas. Nos últimos 200 anos, somando-se o impacto da caça e da destruição de hábitats, houve extinção de inúmeras espécies de aves, invertebrados, plantas e de um morcego e um peixe endêmicos. A drenagem de pântanos também é um problema-chave. Há apenas 5% de remanescentes do hábitat original do arquipélago.



Conservation International/Haroldo Castro

3. SUNDA (Ásia-Pacífico) - esse hotspot cobre a metade ocidental do arquipélago Indo-Maláio, um arco de cerca de 17 mil ilhas equatoriais, dominado pelas duas maiores ilhas do mundo: Boréo e Sumatra. Suas espetaculares flora e fauna estão sucumbindo devido ao crescimento explosivo da indústria florestal e do comércio internacional de animais que consome tigres, macacos e espécies de tartarugas para alimentos e remédios em outros países. Populações endêmicas de orangotangos estão em dramático declínio. Outros fatores que levam à degradação são a produção de borracha, óleo de dendê e celulose. Em Sumatra, o corte e a extração ilegal de madeira - e outros produtos florestais - abastecem a alta demanda da China, América do Norte, Europa e Japão. Só 7% da extensão original da floresta permanece mais ou menos intactos.

Olivier Langrand
4. FILIPINAS (Ásia-Pacífico) - é considerado um dos países mais ricos em biodiversidade do mundo. Diversas espécies endêmicas estão confinadas a fragmentos de florestas que cobrem apenas 7% da extensão original do hotspot, que abrange mais de 7.100 ilhas. Ocorrem só lá cerca de seis mil espécies de plantas endêmicas e diversas espécies de aves, como a águia das Filipinas (Pithecophaga jefferyi), a segunda maior águia do mundo. Outro exemplo é o sapo voador pantera (Rhacophorus pardalis), que passou por diversas adaptações para planar, como as abas extras na pele e as membranas entre os dedos. Toda a riqueza está ameaçada pela atividade madeireira. Os poucos remanescentes também são dizimados pela agricultura e para acomodar as necessidades do alto crescimento populacional. O sustento de cerca de 80 milhões de pessoas depende principalmente de recursos naturais provenientes das florestas.



Conservation International/John Martin

5. MATA ATLÂNTICA (América do Sul) - se estende por toda a costa atlântica brasileira, e por para partes do Paraguai, Argentina e Uruguai, incluindo também ilhas oceânicas e o arquipélago de Fernando de Noronha. O bioma 20 mil espécies de plantas, sendo 40% delas endêmicas. Mais de duas dúzias de espécies de vertebrados, como os leões-marinhos e seis espécies de aves de uma pequena faixa no Nordeste, estão ameaçados de extinção, listadas como “criticamente em perigo”. A região é desmatada há centenas de anos, por causa do ciclo da cana-de-açúcar, das plantações de café, e, mais recentemente, por conta da crescente urbanização e industrialização do Rio de Janeiro e de São Paulo. O suprimento de água doce desse remanescente florestal abastece mais de 100 milhões de pessoas, a indústria têxtil, agricultura, fazendas de gado e atividade madeireira da região. Sobrou apenas 10% da floresta original.


Conservation International/Piotr Naskrecki

6. MONTANHAS DO CENTRO-SUL DA CHINA (Ásia) - elas abriga uma ampla gama de hábitats incluindo a flora temperada com a maior taxa de endemismo no mundo. O ameaçado panda gigante (Ailuropoda melanoleuca), quase totalmente restrito a essas pequenas florestas, é a bandeira da conservação da região. Essas montanhas também alimentam a maioria dos sistemas hídricos da Ásia, incluindo diversas ramificações do rio Yangtze. As atividades ilegais de caça, coleta de lenha e pastagem são algumas das principais ameaças à biodiversidade da região. A construção da maior barragem do mundo, a de Três Gargantas, no rio Yangtze, ameaça a biodiversidade da área. Apesar disso, a construção de barragens está sendo planejada em todos os rios principais da floresta, o que deve afetar os ecossistemas e a subsistência de milhões de pessoas. Apenas cerca de 8% da extensão original do hotspot permanece inalterado.


William Crosse
7. PROVÍNCIA FLORÍSTICA DA CALIFÓRNIA (América do Norte) - é uma zona de clima mediterrâneo com altos índices de plantas endêmicas. É o lar da sequoia gigante, o maior organismo vivo do planeta, e alguns dos últimos condores da Califórnia, a maior ave da América do Norte. Também é o local de maior reprodução de aves dos Estados Unidos. Diversas espécies de grandes mamíferos da região estão extintas, incluindo o urso cinzento (Ursus arctos), que aparece na bandeira da Califórnia e é símbolo do estado há mais de 150 anos. A maior ameaça vem da destruição causada pela agricultura comercial, que gera metade de todos os produtos agrícolas dos EUA. O hotspot também corre risco com a expansão de áreas urbanas, poluição e construção de estradas, fatores que tornaram a Califórnia um dos quatro estados mais degradados do país. Hoje resta cerca de 10% da vegetação original.

Robin Moore/iLCP
8. FLORESTAS COSTEIRAS DA ÁFRICA ORIENTAL (África) - apesar de pequenos e fragmentados, elas contêm altos níveis de biodiversidade. Lá são encontrados cerca de 200 mamíferos, sendo 11 endêmicos, entre eles o musaranho-elefante (Rhynchocyon chrysopygus). Os primatas são espécies-símbolo desse hotspot, incluindo três espécies de macacos endêmicos, duas delas encontradas ao longo do rio Tana, que corta o Quênia Central. Além disso, as 40 mil variedades cultivadas da violeta africana, que movimenta US$100 milhões anualmente no comércio global de folhagens, são derivadas de um punhado de espécies encontradas nas florestas costeiras da Tanzânia e do Quênia. O risco de extinção das Florestas Costeiras da África Oriental ocorre por causa da expansão agrícola e das fazendas comerciais, que consomem os recursos naturais da região. Resta 10% das florestas originais.

Robin Moore/iLCP
9. MADAGASCAR E ILHAS DO OCEANO ÍNDICO (África) - trata-se de um hotspot de exemplo da evolução de espécies em isolamento. Apesar de estarem próximas da África, as ilhas não compartilham qualquer grupo de animais do continente e contêm uma exuberante coleção única de espécies. O hotspot possui oito famílias de plantas, quatro de aves e cinco de primatas que não existem em nenhum outro lugar. As mais de 50 espécies de lêmures de Madagascar são os símbolos para a conservação da ilha, apesar de diversas delas já estarem em extinção. É uma das áreas mais prejudicadas economicamente no mundo, com um rápido crescimento populacional que pressiona o ambiente natural. Ameaças crescentes são a agricultura, a caça, a mineração e a extração não sustentável de madeira. A preservação dos 10% de hábitat original restantes é importante, uma vez que metade da população não tem acesso adequado à água doce.

Cristina Mittermeier/iLCP
10. FLORESTAS DE AFROMONTANE (África Oriental) - se concentra nas montanhas distribuídas ao longo da extremidade oriental da África, desde a Arábia Saudita ao norte até o Zimbábue ao sul. Apesar de geograficamente dispersas, as montanhas têm flora extraordinariamente similar. O gênero de árvore mais frequente é o Podocarpus. Uma zona de bambu é normalmente encontrada entre as altitudes de dois e três mil metros, acima da qual existe uma zona de floresta Hagenia, até uma altitude de 3.600 metros. O Vale do Rift abriga mais mamíferos, aves e anfíbios endêmicos do que qualquer outra região da África. Devido aos grandes lagos da região, há 617 espécies endêmicas peixes de água doce. A principal ameaça a essas florestas é a expansão da agricultura, especialmente com grandes plantações de banana, feijão e chá. O crescente mercado de carne, que coincide com o aumento da população, também poe em risco a região, com apenas 10% de seu hábitat original remanescente

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Cientistas russos adiam busca de água mais pura e antiga

Publicado por Efe - http://www.estadao.com.br/noticias/

Perfuração não teve tempo de chegar ao lago antes que a temperatura do gelo antártico começasse a cair

Nasa/Divulgação
O lago Vostok, na Antártida

Efe

MOSCOU - Cientistas russos adiaram para dezembro a busca pela água mais pura e antiga do planeta no lago Vostok, situado abaixo do gelo da Antártida, informou nesta terça-feira à Agência Efe Valeri Liukin, chefe da expedição.

Russos estão a cinco metros do maior lago subterrâneo da Antártida

"Não tivemos tempo de chegar ao lago antes que a temperatura do gelo antártico começasse a cair", assinalou Liukin, subdiretor do Instituto de Pesquisas Árticas e Antárticas, com sede em São Petersburgo.

Liukin explicou que outro motivo da suspensão dos trabalhos de perfuração da expedição russa é que não se sabe a profundidade que o lago se encontra, em princípio situado sob uma camada de gelo de cerca de 3.750 metros.

"Ninguém sabe com exatidão a profundidade. Calculamos por método sísmico e por radiolocalização e detectamos uns 3.750 metros, mas há uma margem de erro de 20 metros, por isso poderiam ser 3.730 ou 3.770", apontou.

Segundo o cientista, outro fator que causou o adiamento "foi a diminuição do ritmo de perfuração dos quatro metros por dia previstos para 1,6", apesar de no último mês terem sido perfurados uma média de 2,43 metros diários.

"Devido à alta pressão e à queda das temperaturas, se formaram cristais de gelo que obstruíam o avanço da perfuradora, o que nos obrigou a suspender a expedição até o final do ano", disse.

No entanto, Liukin não acredita que isto seja um "grave problema" e se mostrou confiante de que os cientistas conseguirão alcançar a superfície do Vostok, lago que ficou vedado durante milhões de anos, no final deste ano ou no início de 2012.

"Provavelmente trata-se de água mais pura e antiga do planeta. Não temos provas concretas, mas dados de que a superfície é estéril, embora no fundo do lago deva haver formas de vida como termófilos e extremófilos (microorganismos que vivem em condições extremas)", comentou.

Segundo Liukin, os resultados da prospecção do lago antártico serão fundamentais para o estudo da mudança climática na Terra durante os próximos séculos, já que o Vostok é uma espécie de termostato que se manteve isolado do resto da atmosfera e da superfície da biosfera durante milhões de anos.

Além disso, ressaltou que os expedicionários "têm certeza de que o Vostok abriga água" desde quando atingiram a profundidade de 3.583 metros, já que a partir daí o gelo se forma não a partir da neve, mas da evaporação de água.

Com cerca de 300 quilômetros de comprimento, 50 de largura e quase mil metros de profundidade em algumas áreas, o Vostok é uma massa de água doce em estado líquido que se encontra no epicentro do sexto continente, como é conhecida a Antártida.

Com uma superfície de 15.690 quilômetros quadrados, similar à do Baical, a maior reserva de água doce do mundo, é o mais extenso lago subterrâneo entre os mais de cem que se encontram sob o gelo antártico.

Descoberto em 1957 por cientistas soviéticos, foi incluído na lista dos achados geográficos mais importantes do século XX.