quinta-feira, 31 de março de 2011

Vagão descarrila e causa vazamento de gasolina em SP

Agencia Estado
 
Dois vagões descarrilaram ontem (28/03/2011), em Bauru (SP), e provocaram o vazamento de 2 mil litros de gasolina no pátio ferroviário de Triagem Paulista, no Jardim Guadalajara. Não houve feridos. Técnicos ambientais da empresa ferroviária América Latina Logística (ALL) e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) vão avaliar se há necessidade de raspagem do solo no ponto do vazamento para evitar danos ambientais.
O acidente da composição que seguia de Paulínia para Bauru não atrapalhou a circulação de trens. O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter o vazamento, e a área teve de ser isolada para a limpeza. As equipes da ALL fizeram o transbordo do combustível para outro vagão. Em nota, a ALL afirma que uma sindicância vai apurar o descarrilamento. O resultado deve sair em 30 dias.

FONTE: GLOBO
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Mais um caso de acidentes que envolvem o risco ambiental, onde poderia ser evitado com a manutenção dos trilhos e vagões, e a questão do vazamento da gasolina, poderia ser contida com materiais para absorção e contenção de vazamentos. Para isso a Overfix Ambiental esta no mercado, procurando atender as necessidades de nossos clientes na prevenção de acidentes ambientais.

Independente do seguimento, se faz necessário o uso dos produtos para absorção e contenção de vazamentos, seja ele em linhas individuais dos nossos produtos, ou ainda kit´s próprio para a sua empresa. Se você ainda não possui os kit´s ambientais para prevenção, contate-nos e garanta a segurança de sua empresa e do meio ambiente.

EUA autorizam 1ª perfuração em Golfo México após vazamento da BP

Agencia EFE
Washington, 30 mar (EFE).- Os Estados Unidos autorizaram nesta quarta-feira a primeira perfuração de um novo poço petroleiro no Golfo do México, após o desastre ecológico produzido pela explosão de um poço da empresa BP que liberou no mar 4,9 milhões de barris em abril de 2010.

O Escritório de Administração, Regulamentação e Supervisão de Energia Oceânica dos Estados Unidos (Boemre, na sigla em inglês) informou através de um comunicado que autorizou a empresa Shell Offshore a começar as operações de perfuração no Bloco Garden Banks 427, a 900 metros de profundidade.

O poço se encontra a 220 quilômetros ao sul do litoral da Louisiana.

"A permissão desta quarta-feira representa o fim de um processo amplo de revisão do plano de prospecção, uma avaliação do meio ambiente e a solicitação de perfuração, todas as quais cumpriram os rigorosos padrões ambientais e de segurança", disse Michael R. Bromwich, diretor do Boemre.

"A finalização deste processo demonstra que procedemos o mais rápido que podemos para permitir uma adequada regulação das operações petrolíferas do modo mais seguro e responsável com o meio ambiente", acrescentou.

Entre os requisitos exigidos, a Shell possui capacidade demonstrada para conter um vazamento submarino, explicou o Boemre.

Nas últimas semanas, as autoridades dos EUA haviam permitido a retomada dos trabalhos de perfuração de diversos projetos que já se encontravam em andamento no momento da explosão do poço Deepwater Horizon e que foram paralisados.

A Administração do presidente Barack Obama decidiu levantar no mês de outubro a moratória sobre perfurações em águas profundas, emitida em maio de 2010, no meio de intensas pressões da indústria e de protestos pelo prejuízo econômico que significava para a região. EFE

afs/tf

FONTE: GLOBO

terça-feira, 29 de março de 2011

Brasil bate recorde de participação na Hora do Planeta

Com adesão de 123 cidades brasileiras, a campanha Hora do Planeta, da WWF, teve sucesso no país. Também houve grande mobilização internacional, com destaque para as economias emergentes. Agora, a ONG convoca a sociedade a adotar ações para a preservação do meio ambiente durante todo o ano

Marina Franco
Planeta Sustentável - 28/03/2011


Divulgação
No último sábado, entre 20h30 e 21h30, residências, sedes de governos, monumentos, empresas e outras organizações de 134 países apagaram suas luzes num ato simbólico para dizerem que se preocupam com o meio ambiente e com o aquecimento global. No Brasil, 123 cidades, entre elas 20 capitais, aderiram à campanha Hora do Planeta, da WWF. Foi o recorde de participação desde que o evento é realizado no país.

No Rio de Janeiro, a sede oficial da campanha, uma festa nos Arcos da Lapa, que também ficaram apagados, reuniu 3,5 mil pessoas ao som de baterias das escolas de samba Mangueira, Portela, União da Ilha e Grande Rio. O evento contou com a participação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, do secretário de estado de Meio Ambiente, Carlos Minc e do prefeito da cidade, Eduardo Paes, que desligaram as luzes da cidade por um grande interruptor. Além dos arcos, ficaram às escuras:
- Cristo Redentor;
- orla de Copacabana;
- Arpoador;
- Pão de Açúcar;
- Igreja da Penha;
- Castelinho da Fiocruz;
- Monumento aos Pracinhas;
- Jockey Clube.
Antes que as luzes se apagassem todos fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas das enchentes e deslizamentos ocorridos na região serrana da cidade, no início do ano, e do terremoto do Japão.

Em Brasília, o evento da WWF-Brasil foi realizado no Museu da República, com show do grupo Batukenjé, da Finlândia, e participação do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e do superintendente de Conservação da ONG, Cláudio Maretti. Eles também cortaram a iluminação da cidade, inclusive pontos como a Esplanada dos Ministérios, o Memorial JK, o Teatro Nacional e a Catedral.

Já em Rio Branco (foto), a população se concentrou em frente ao Palácio para acompanhar o desligamento de energia e seguiu em uma "bicicletada" até a ponte JK, onde a iluminação também foi apagada. Em Juazeiro do Norte, no Ceará, os moradores que se reuniram em torno da estátua de Padre Cícero, o monumento mais famoso da cidade, puderam observar o céu através de três telescópios. No Teatro Amazonas, em Manaus, a secretaria estadual da Cultura promoveu uma apresentação da Orquestra de Câmara do Amazonas e dos Bumbás de Parintins, Garantido e Caprichoso. No centro da cidade, foram realizadas performances musicais, proclamação de poesias e leitura de contos.

NO MUNDO A campanha também obteve sucesso nos outros 133 países participantes. O destaque foi para o aumento da participação das economias emergentes. Com 47 cidades participantes, a Índia quase dobrou sua adesão à Hora do Planeta. O governo do Nepal, além de apagar suas luzes, se comprometeu a acabar com o corte de árvores de 23 mil metros quadrados da área de colinas Churiya Range. Pela primeira vez, o Irã participou da campanha e apagou as luzes de sua torre mais alta, a Torre Milad, em Teerã, com 435 metros de altura, entre outros pontos. Ao todo, foram 3.800 cidades participantes.

Também ficaram sem iluminação mais de 750 monumentos mundialmente famosos como:
- Burj Dubai, o edifício mais alto do mundo;
- Empire State Building, de Nova Iorque;
- Sky Tower, em Auckland;
- Memorial da Paz, em Hiroshima;
- Torre Eiffel, em Paris e
- London Eye, em Londres, entre outros.

Além da participação durante a uma hora no escuro, a WWF pede que a sociedade continue mobilizada pelo resto do ano. A ONG convoca todos a adotarem medidas contra o aquecimento global; pela restauração e conservação dos ambientes naturais; pela economia de recursos naturais em geral, como a água; contra o desmatamento; pelo reforço da legislação ambiental, e combate à pobreza. Vale ações como o uso de transportes coletivos e menos poluentes, a conservação de nascentes de rios e a coleta seletiva de lixo, entra outras tantas. No site Beyond The Hour*, os internautas podem conferir dicas sobre como reduzir seu impacto ambiental, além de registrar suas atitudes em prol do meio ambiente. Assim, a ONG mostra que o planeta precisa mais do que apenas uma hora de atenção.

Fonte: Planeta Sustentável, dia 29/03/2011 ás 09:20

sexta-feira, 18 de março de 2011

Segurança nuclear é ilusória, diz José Goldemberg

Germano Lüders

Para o físico nuclear e expert em meio ambiente, como num conto de Alice, a tragédia no Japão estilhaçou o espelho da ilusão de controle sobre as usinas atômicas no mundo


Vanessa Barbosa
Exame.com - 17/03/2011

Embalada pela entrada do tema das mudanças climáticas na agenda global, na última década, a indústria nuclear caiu nas graças de muitos países por ser considerada de baixa emissão. Nesse novo processo de expansão, chamado de renascimento nuclear, o setor conseguiu recuperar a imagem de produção energética segura e controlada, que havia sido severamente abalada após as catástrofes de Three Mile Island, em 1957 e Chernobyl, a pior da história, quase trinta anos depois.

Mas a onda de sorte da energia nuclear pode estar com os dias contados. Diante da iminência de uma catástrofe atômica no Japão, muitos países estão suspendendo seus programas nucleares e revisando protocolos de segurança. Para um dos maiores especialistas em energia, o físico nuclear e professor da USP José Goldemberg, não há dúvidas que de que a imagem de segurança da energia nuclear foi novamente abalada. Uma segurança, segundo ele, que nunca passou de mera fantasia.

Em entrevista à EXAME.com, o físico eleito pela revista Times um dos Heróis do Meio Ambiente, em 2007, e vencedor do Prêmio Planeta Azul, considerado o 'Nobel' da área, comparou o acidente japonês ao popular conto de Lewis Carrol. "Como em Alice no País das Maravilhas, o espelho da ilusão de segurança das usinas nucleares foi estilhaçado", disse. Goldemberg chamou de 'equivocado' o programa nuclear brasileiro e falou da necessidade de se adotar novas alternativas energéticas.

EXAME.com - A crise no Japão levanta preocupações com a segurança das usinas nucleares em todo o mundo. Como o senhor avalia essa situação? 
José Goldemberg - É natural que, diante de uma catástrofe como essa, os países recuem em seus programas nucleares. Isso já aconteceu antes. Nas décadas de 70 e 80, a energia nuclear viveu uma grande expansão e ficou competitiva em decorrência da crise do petróleo, que afetou os preço do combustível e do gás, e da necessidade de segurança energética. Na França, por exemplo, que queria se ver livre da importação de gás da Rússia para suas centrais térmicas, a adoção da energia nuclear foi determinante.

Nesse período, inauguravam-se cerca de 30 usinas por ano em todo o mundo. Assim foi até 1979, quando ocorreu o desastre nuclear de Three Mile Island, nos EUA, que abalou a confiança no setor. A situação piorou em 86, com a explosão do reator de Chernobyl. Daí em diante, o setor nuclear praticamente paralisou, inaugurando apenas três usinas por ano.

EXAME.com - Mas aí veio o renascimento nuclear... 
José Goldemberg - Sim. Com o desenvolvimento de sistemas de segurança mais apurados, os reatores nucleares ficaram mais caros até 1995. A salvação para o setor veio nos anos seguintes, com as discussões sobre emissão de gases efeito estufa e mudanças climáticas.

Na ocasião, os países já haviam retomado a confiança nessa forma de geração e o setor viu nessa nova pauta ambiental uma oportunidade para aumentar a participação da energia nuclear na matriz energética mundial. Os Estados Unidos lideraram essa nova expansão com importantes susbsídios para estimular a criação de usinas. Outros países fizeram igual e a indústria se reanimou. Até a semana passada, antes da tragédia no Japão, a ideia do renascimento nuclear vinha ganhando força.

EXAME.com - Então o acidente na Ásia afetou o ciclo de crescimento da energia nuclear? As usinas deixaram de ser seguras ou a culpa é dos desastres naturias? 
José Goldemberg - Com ou sem desastres naturais, usinas nucleares sempre foram perigosas. Nenhuma tecnologia é 100% segura. O acidente no Japão lembra o conto de Alice no País das Maravilhas. O espelho se estilhaçou, a segurança era ilusória. Quem trabalha com energia nuclear sabe como ela é perigosa, por sua própria natureza.

Um reator precisa ser refrigerado, tem que ter água circulando dentro dele. Se por uma falha, isso deixa de acontecer, ele derrete e temos então uma catástrofe, como aconteceu em Tree Mile Island, que teve o mesmo grau de gravidade do acidente no Japão. Não foi um desastre natural que atingiu a usina americana, foi uma válvula que encrencou, falha de segurança.

EXAME.com - Segundo o governo, o programa nuclear brasileiro, que prevê, além de Angra 3, mais quatro ou oito usinas até 2030, não será abalado. O que o senhor acha disso? 
José Goldemberg - No Brasil, a energia nuclear é dispensável. Não precisamos disso. Apesar de atraente, esse tipo de geração deve ser a última das opções, restrita a países que não têm outra opção, como a França. Quando Angra 3 ficar pronta, a energia gerada será menor que o potencial de produção de energia do bagaço de cana, que só em São Paulo é de 2 milhões de kilowatts. Trata-se da energia de dois reatores nucleares. Devemos apostar mais na biomassa e nas hidrelétricas, ainda há muito potencial para ser aproveitado.

EXAME.com - O momento é propício para as energias alternativas? 
José Goldemberg - Sem dúvida, a tragédia nuclear no Japão vai dar um impulso nos investimentos em energia renovável em todo o mundo. A Alemanha, que anunciou o desligamento de suas usinas nucleares, já investe pesado em energia eólica e isso só tende a aumentar.

Por aqui, temos que dar mais atenção à energia eólica no Norte do país, os ventos bons estão lá no Piauí, no Ceará, no Norte do Maranhão..E não adianta dizer que faltam boas linhas de transmissão ligando o Norte ao Sul. Todas as dificuldades técnicas para longas distâncias já foram resolvidas há trinta anos, com a hidrelétrica de Itaipu, que é muito longe. O que falta é interesse político.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Níveis de radiação seguem altos ao redor da usina nuclear de Fukushima

Helicópteros militares jogaram água no complexo.
Governo alerta sobre risco de blecaute em Tóquio.

O lançamento de água do mar a partir de helicópteros militares na usina nuclear de Fukushima não surtiu os efeitos pretendidos pelos especialistas que tentam resfriar o superaquecido reator 3, e evitar um desastre de grandes proporções no Japão, com vazamento de material radioativo. Segundo informou nesta quinta-feira (17) a empresa operadora da central atômica, a Tokyo Electric Power (TEPCO), os altos níveis de radiação não diminuíram.

A maior preocupação neste momento é o reator 3 da usina nuclear, onde dois helicópteros das Forças de Autodefesa (Exército) lançaram água pelo menos quatro vezes de manhã. Segundo a TEOCO, os níveis de radiação seguirem estáveis.

O nível de radiação ao redor da central, onde estão alguns trabalhadores, é de 3 mil microsievert por hora, frente aos 1 mil microsievert por ano que se consideram seguros para a saúde humana.

Os helicópteros lançaram água de uma altura de 90 metros, quando o nível de radiação se situava em 4,13 milisievert por hora, segundo explicou nesta quinta-feira o ministro de Defesa japonês, Toshimi Kitazawa.

O governo do Japão, no entanto, assegura que não há planos de ampliar o perímetro de segurança estabelecido num raio de 20 km da usina de Fukushima.

O porta-voz do governo, Yukio Edano, assinalou também que o Japão “entende” a recomendação dos Estados Unidos para que seus cidadãos em um raio de 80 km da central abandonem a zona, mas insistiu que, por enquanto, o Japão não considera necessário ampliar o perímetro estabelecido.
 
Cerca de 200 mil pessoas foram retiradas nos últimos dias em um raio de 20 km da usina de Fukushima, enquanto foi recomendado que aqueles que vivem entre 20 e 30 km não saiam de suas casas, fechem as janelas e evitem usar os aparelhos de ar-condicionado.

Nesta quinta, as autoridades japonesas aumentaram em 28 mil o número de pessoas retiradas nas localidades próximas à usina nuclear. Estas pessoas foram levadas para centros de amparo na província de Fukushima e nas zonas de Niigata e Togichi, segundo a rede de televisão “NHK”.

A usina afetada fica a 240 km ao norte de Tóquio.


Blecaute
O governo japonês alertou que um blecaute pode ocorrer em Tóquio nesta quinta, reflexo dos problemas de provisão de energia elétrica depois que o terremoto de sexta (11) atingiu e danificou usinas nucleares que abastecem o país e a região da capital japonesa.

O ministro da Indústria, Banri Kaieda, citado pela agência local de notícias “Kyodo”, pediu que as operadoras de trem da área de Tóquio suspendam o serviço.

A usina foi bastante danificada pelo terremoto de magnitude 9 seguido de tsunami, que atingiu a costa noroeste, provocando mortes, devastando regiões da costa e causando uma crise energética, econômica e humanitária no arquipélago.

A preocupação internacional sobre a situação da usina cresceu ao longo da quarta-feira (16). Os novos acontecimentos na usina, bastante afetada pelo grande tremor são "muito sérios", disse o chefe da agência nuclear da ONU, Yukiya Amano.
Imagem da TV japonesa mostra helicóptero militar lançando água sobre o reator 3 na manhã desta quinta (17) (Foto: AFP)Imagem da TV japonesa mostra helicóptero militar lançando água sobre o reator 3 na manhã desta quinta (17) (Foto: AFP)
Foto de satélite feita nesta quarta-feira (16) pela DigitalGlobe mostra a usina de Fukushima Daiichi. Vapor pode ser visto saíndo dos reatores 2 e 3. Também podem ser vistos danos nos reatores 1 e 4 e em outros prédios. (Foto: AP)Foto de satélite feita nesta quarta-feira (16) pela DigitalGlobe mostra a usina de Fukushima Daiichi. Vapor pode ser visto saíndo dos reatores 2 e 3. Também podem ser vistos danos nos reatores 1 e 4 e em outros prédios. (Foto: AP)
O chefe da AIEA, Yukiya Amano, disse que vai visitar o país nesta quinta para obter mais dados sobre a situação. "Quero ver como podemos ajudar melhor o Japão", disse em Viena, na Áustria.

Ele afirmou que foram confirmados danos no núcleo de três reatores da usina. Mas disse que ainda é cedo para dizer que a situação está "fora de controle".

Em meio à retirada de estrangeiros, equipes continuavam procurando vítimas do tremor e do tsunami nas regiões costeiras afetadas.

O número oficial de mortos passa de 5.100, mas a expectativa é de que ele cresça. Cerca de 8.606 pessoas continuavam desaparecidas e 450 mil estão desabrigadas, em abrigos provisórios, e enfrentando frio e falta de comida.

FONTE: G1, com agências internacionais

Dióxido de carbono aqueceu a Terra no passado, dizem cientistas

Substância causou aquecimentos de entre 2° e 3°C há 50 milhões de anos.
Descoberta pode ajudar a prever o comportamento do clima no futuro.

Sedimento mostra indícios de que havia dióxido de
carbono no fundo do oceano (Foto: Scripps
Institution of Oceanography, UC San Diego)
Processos de aquecimento global durando milhares de anos aconteceram durante a história com mais frequência que se imaginava previamente. A conclusão é de um estudo da Universidade da Califórnia de San Diego, nos EUA, publicado pelo jornal científico “Nature”.
Os pesquisadores afirmam que a liberação de volumes de dióxido de carbono que estavam isolados no fundo do oceano e seria o mais provável causador desses eventos “hipertermais”. A maior parte deles aumentou as temperaturas em entre 2° e 3°C, número comparável às estimativas conservadoras do aquecimento das próximas décadas, causado pela ação humana.
Eles chegaram a essa conclusão por meio da análise de sedimentos recolhidos na costa da América do Sul. Pela quantidade de argila acumulada no núcleo desses sedimentos, foi possível identificar que houve acidificação do oceano, o que é explicado pela presença de dióxido de carbono na água.
Na maioria das vezes, esses hipertermais duraram cerca de 40 mil anos. Eles ocorriam aproximadamente a cada 400 mil anos durante um período quente da história da Terra, há 50 milhões de anos. Por volta de 40 milhões de anos atrás, o planeta entrou numa fase de esfriamento e não houve mais eventos dessa magnitude.
“Esses hipertermais não parecem ter sido eventos raros, portanto há muitos exemplos antigos de aquecimento global numa escala que, de modo geral, é como o aquecimento esperado para o futuro. Podemos usar esses eventos para examinar o impacto da mudança global nos ecossistemas marinhos, no clima e na circulação dos oceanos”, afirmou Richard Norris, geólogo que é um dos autores da pesquisa.
Desde o século XVIII, o uso de combustíveis fósseis já aumentou em quase 50% as concentrações de dióxido de carbono. O estudo dos hipertermais do passado deve ajudar os cientistas a produzir estimativas de quando tempo será preciso para reverter as temperaturas aumentadas pelas atividades humanas.
“Num período de entre cem e 300 anos, fizemos um efeito sobre a Terra que levará dezenas de milhares de anos para ser equilibrado, a julgar pelo histórico geológico”, afirmou Norris.

FONTE: G1, São Paulo

sexta-feira, 11 de março de 2011

WWF-Brasil lança campanha da Hora do Planeta

Com o slogan Apague a luz para ver um mundo melhor, a campanha Hora do Planeta 2011, da WWF-Brasil, foi lançada sexta-feira, em São Paulo. A ONG convida todos a apagarem suas luzes por uma hora no dia 26 de março, para provocar uma reflexão sobre o aquecimento global

Divulgação
Marina Franco - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 21/02/2011

Dia 26 de março é uma data especial para a sustentabilidade do planeta. A ONG internacional WWF convida todos a desligarem suas luzes por uma hora, das 20h30 às 21h30, para provocar a reflexão sobre o atual padrão de consumo e o aquecimento global. Realizada desde 2009 no Brasil, a Hora do Planeta* pressupõe o apoio de toda a população. Em anos anteriores, bares, restaurantes e cartões-postais do país, como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, aderiram à campanha.

O apoio de grandes empresas também traz força para esta ação. Para apresentar a campanha e incentivar a aderência do setor empresarial, a WWF-Brasil* reuniu profissionais de mídia e marketing de São Paulo. Mauro Motoryn, diretor da agência 141 SoHo Square - que conquistou a conta da ONG recentemente e é responsável pela campanha publicitária - e Álvaro de Souza, presidente do conselho diretor da WWF-Brasil falaram sobre como o meio publicitário pode ajudar. Basta oferecer, para todos os seus clientes, a adesão à campanha, comprando espaços publicitários para divulgá-la (geralmente ONGs não pagam pela veiculação desse tipo de campanha em qualquer veículo editorial). Dessa forma, os veículos não deixam de ganhar e as empresas se engajam.

Além de empresas e mídia, o governo também apoiará a causa. De acordo com Mauro, nesta semana a ONG assinará convênio com prefeitos de cidades com mais de 100 mil habitantes, para que eles incentivem a redução de energia na hora marcada. “Queremos bater o recorde mundial de adesão de cidades. É importante que o mundo perceba que o Brasil tem uma responsabilidade socioambiental forte”, declarou.

As peças publicitárias (abaixo) mostram como apenas uma hora tem grande importância para o futuro do planeta. O tema da campanha é Apague a luz para ver melhor. “Essa frase não poderia ser melhor”, disse Álvaro. “Quando A Hora do Planeta foi lançada, muita gente entendeu que o objetivo era poupar energia. Mas não é isso! A intenção é chamar a atenção para os problemas ambientais”, explicou. Neste ano, a reflexão proposta é a redução do consumo, a reutilização de materiais e a reciclagem.

Álvaro também ressaltou a importância de um alcance amplo para a campanha. “A palavra dessa iniciativa é abrangência. Se conseguirmos chegar a 12 milhões de casas - que terão reduzido seu consumo de energia, entre 20h30 e 21h30, no dia 26/03, com três pessoas por domicílio -, o resultado será ótimo”, disse.

E a campanha deste ano ainda terá uma adesão bastante animadora: as escolas de samba. "Quando apagamos as luzes e tudo fica mais silencioso, podemos ouvir nosso coração", explicou Motoryn, "Queremos, então, que batuques e tambores simulem as batidas de nossos corações nesse momento especial". Por isso, durante a hora marcada, escolas de samba se reunirão em três cidades brasileiras:
- São Paulo, com concentração na quadra da Vai-Vai;
- Rio de Janeiro, na Marina da Glória e
- Salvador, no Farol da Barra.

*Hora do Planeta
* WWF-Brasil

quinta-feira, 10 de março de 2011

O plástico ficou ecológico

Matérias-primas renováveis como cana-de-açúcar e milho são usadas para produzir plásticos menos agressivos ao meio ambiente

Renata Leal
Info Exame – 03/2011

DIVULGAÇÃO
No tempo que você levará para ler esta reportagem, cerca de 50 000 sacolinhas plásticas serão consumidas no Brasil. A média nacional é de 1,5 milhão por hora. Embora representem pouco individualmente, os saquinhos de supermercado formam um volume enorme de lixo, que pode demorar vários séculos para se decompor no ambiente. Como reduzir o impacto causado pelo plástico na natureza é uma preocupação crescente. Por isso, ganham cada vez mais espaço as iniciativas de produzir plástico a partir de matérias-primas renováveis, como a cana- de-açúcar e o milho.

Universidades e empresas trabalham em projetos conjuntos para identifi car novos materiais e formas de melhorar asaplicações dos plásticos de origem renovável. Existem várias linhas de pesquisa e produção, que geram produtos recicláveis e/ou biodegradáveis. Uma peça plástica que será usada por muitos anos, por exemplo, não precisa ser biodegradável, mas é importante que seja reciclável. Já uma sacola de supermercado, que provavelmente será usada para acondicionar lixo doméstico, deve ser biodegradável.

Nos laboratórios da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, os pesquisadores produzem plásticos a partir de amido de mandioca. Os estudos já são feitos há dez anos e nos últimos quatro eles passaram a incorporar também uma porcentagem de fibra de cana-de-açúcar. “Começamos a ver que havia dificuldades na produção porque a mistura não era adequada para o processo industrial”, diz Fábio Yamashita, professor do departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos da UEL. Mais recentemente, os pesquisadores decidiram misturar o amido de mandioca a um polímero fabricado pela Basf ainda com origem petroquímica, o Ecoflex. O resultado foi um produto com algumas das características de que a indústria precisa.

Com a mistura foi possível testar o uso do plástico biodegradável em atividades no campo. Os principais usos até agora foram para a cobertura de campos para a plantação de morango, o ensacamento de goiabas na fase de crescimento, para evitar o ataque de pragas, e a embalagem de mudas de plantas medicinais, em saquinhos que geralmente são retirados antes do plantio. Os testes nos campos de morango foram feitos em escala commercial e mostraram que é preciso calibrar a velocidade de degradação do fi lme plástico. “Ele começou a se deteriorar antes do tempo”, afirma Yamashita. Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior paulista, há estudos na mesma linha. A engenheira de materiais Marília Motomura trabalhou com amido de mandioca, fibra de coco e serragem de madeira. Ela misturou as matérias- primas ao Ecoflex para ampliar as opções de uso do plástico biodegradável, que pode fi car mais rígido ou fl exível, por exemplo. Essas características são fundamentais para determinar que tipo de produto final é possível produzir. “A aplicação ainda é restrita. Apenas as peças feitas por processo de extrusão já estão sendo vendidas”, diz Marília.

A INDÚSTRIA INVESTE PESADO
Diante da demanda global por attitudes mais verdes, as empresas precisaram se munir de alternativas para oferecer ao mercado. A Braskem, oitava maior petroquímica do mundo, abriu em setembro do ano passado sua primeira fi - lial destinada a produzir apenas plástico verde. A fábrica, que fi ca em Triunfo, no Rio Grande do Sul, recebeu 500 milhões de reais de investimento e tem capacidade de produzir 200 000 toneladas anuais de plástico verde. A estratégia adotada pela Braskem é usar etanol como matéria- prima.

FONTE: Planeta Sustentável

terça-feira, 1 de março de 2011

Olimpíadas de Londres: bom exemplo para o RJ

Com investimento de 9,3 bilhões de libras, Londres constrói seu Parque Olímpico para os jogos do ano que vem com a promessa de serem os mais sustentáveis da história. Cinco anos antes de sediar as Olimpíadas, o Rio de Janeiro tem, na experiência britânica, uma boa inspiração para seu planejamento

Marina Franco - Edição: Mônica Nunes
Planeta Sustentável - 25/02/2011


Espera-se que milhares torcedores desembarquem no Rio de Janeiro em agosto de 2016 para assistir a maior festa mundial dos esportes. Outros bilhões estarão em suas casas, nos quatro cantos do mundo, de olhos atentos às Olimpíadas. Eventos assim, de grande visibilidade, têm a chance de chamar a atenção dos espectadores para outras questões - que não apenas o esporte. E por que não a sustentabilidade? A cinco anos da competição, a cidade do Rio de Janeiro, por meio do trabalho do Comitê de Organização das Olimpíadas, está em fase de planejamento para as obras do que será o seu Parque Olímpico. É a hora certa para receber boas inspirações.

A referência mais significativa no momento pode ser a preparação de Londres, na Inglaterra, para os jogos que serão realizados no ano que vem. O Parque Olímpico construído em Stratford, ao leste da metrópole inglesa, está prestes a ser concluído. Em junho, devem acabar as obras do seu Parque Aquático. E a preocupação quanto ao impacto que suas construções causarão ao meio ambiente é o fator mais importante que a experiência londrina tem para ensinar. Desde a sua candidatura, foi traçada uma meta ambiciosa - no melhor sentido: ser a sede para os Jogos Olímpicos mais sustentáveis já realizados na história.

Assim que Londres foi eleita sede dos Jogos Olímpicos, em 2005, a ODA – Autoridade Olímpica Britânica começou a estudar materiais, estruturas e processos de reciclagem. “A lição número um é planejar. A segunda e terceira também”, afirmou Dan Epstein, diretor da ODA, que esteve no Brasil na semana passada para a exibição, à imprensa e convidados, do documentário Gooing for Green - Britain's 2012 Dream (assista a um trecho no final deste texto), que mostra o processo de construção do complexo esportivo. “Passamos um ano olhando para as melhores práticas sustentáveis do mundo e para os estudos de impacto social e econômico. Depois disso, traçamos estratégias”, contou. O objetivo de tanto planejamento foi a decisão de que o legado deixado a Londres não fosse apenas para o mundo dos esportes, mas também para os negócios, o urbanismo, a arquitetura e o meio ambiente. A antiga zona industrial da cidade deveria ser revitalizada e a população local teria benefícios reais.

Na prática, isso significou decisões - à primeira vista – muito ambiciosas, mas que provam que boas práticas ambientais ultrapassam a magnitude das construções. Um exemplo é que, para construir o Parque Olímpico em área 2,5 quilômetros quadrados, o equivalente ao Hyde Park, da mesma cidade, a ODA objetivou reaproveitar 80% dos materiais que precisou demolir. O documentário mostra que o resultado superou o esperado: 97% de todo o entulho de construção foi reutilizado ou reciclado. Isso evitou o transporte de enorme quantidade de lixo para aterros sanitários, além do envio de materiais de construção para o local. As viagens de trabalhadores e outros materiais necessários foram feitas por ferrovias ou hidrovias, ao invés de caminhões, que emitiriam mais gases do efeito estufa. “Também houve recuperação do solo”, afirmou Epstein. “Cerca de 80% dele foi limpo”. De acordo com Going for Green, a descontaminação da terra, que continha metais e resíduos industriais, foi a maior de todo o Reino Unido.
A terra foi levada a uma estação de tratamento e, depois de limpa, recolocada no local.

O planejamento arquitetônico contempla construções permanentes, que em longo prazo serão usadas pela comunidade da região leste de Londres. É o caso dos edifícios do Parque Olímpico, que serão convertidos em residências depois das competições. Pelo menos metade dos 2.800 apartamentos construídos irá para a população de baixa renda. O Centro Aquático e do Estádio também permanecerão como locais de promoção dos esportes. E ainda há as estruturas temporárias, como arquibancadas removíveis para abrigar o maior público dos jogos de 2012 e a arena, construída para a fase inicial das partidas de basquete, que é completamente desmontada.

Nos quesitos água e energia, o Parque Olímpico de Londres também economizará recursos. A meta é a de que as instalações usem ao menos 40% menos água do que construções equivalentes, uma vez que reaproveitará a água das chuvas, coletada nos telhados, para a limpeza dos banheiros, por exemplo. Além disso, os sistemas de energia, aquecimento e resfriamento do Parque, que posteriormente abastecerão a comunidade, usam como combustível gás natural e biomassa.

O acesso ao Parque Olímpico não poderia deixar de seguir a linha sustentável. A organização investiu no transporte público e oferecerá 10 novas linhas de trem para atender a área. O objetivo é que o público expectador dos jogos tenha acesso ao local por trens, bicicletas ou por caminhada. E os benefícios, é claro, ficarão de herança para a comunidade. Apenas os atletas, convidados VIPs e a mídia poderão chegar em carros ou ônibus. Idosos e deficientes físico terão acesso a carrinhos de golfe.

Todo o investimento de Londres para a infraestrutura de suas Olimpíadas rendeu 9,3 bilhões de libras, valor bem acima dos 2,4 bilhões previstos inicialmente. “Percebemos que o orçamento inicial não seria suficiente e então decidimos que não adiantaria construir uma estrutura para apenas três semanas. Com os 9,3 bilhões de libras, vamos deixar 75% para o legado, que será aproveitado em até cem anos”, afirmou Epstein. Para ele, as ações sustentáveis do projeto não o encarecem. Pelo contrário, o gasto com materiais foi baixo. O que mais requer investimentos, de tempo e dinheiro, é o planejamento. “Esta deve ser a mensagem para a cidade do Rio de Janeiro”, alertou.

O portal London 2012* acompanha a preparação inglesa para as Olimpíadas. Para garantir o cumprimento das metas estabelecidas, foi estabelecido o grupo Comissão para Londres 2012 Sustentável*, que reporta ao público os resultados obtidos até então.


* London 2012